Em Louvor da Caridade
Grande é a Seara de Nosso Senhor Jesus Cristo, a expressar-se no trabalho
constante do Seu Apostolado de Redenção.
Dentro dêle, há naturalmente quem administre, quem legisle, quem doutrine, quem
esclareça, quem teorize, quem corrija, quem defenda o direito, quem defina a
estrada certa, quem consulte as necessidades alheias para dosar o conhecimento,
quem analise a mente do próximo para graduar a revelação, quem advogue a causa
da Verdade e quem organize os círculos determinados de tarefas, nos horizontes
da inteligência...
Entretanto, em tôdas essas manifestações a que somos chamados na obra do Senhor,
é imprescindível tenhamos quem atenda à caridade — a caridade que é o próprio
Jesus, de braços abertos, induzindo-nos à renúncia de nós mesmos para que
prevaleça a Divina Vontade.
Ainda assim, para que a sublime virtude nos tome a seu serviço, é indispensável
que a humildade do Mestre nos marque os corações, a fim de que Lhe retratemos a
Bondade Infinita.
Permaneçamos, dêsse modo, com a caridade, estendendo-lhe a generosa luz.
Caridade para com os pequeninos, para que se elevem à Bênção de Deus, caridade
para com os espíritos que a experiência, de algum modo, já engrandeceu, na que
se façam intérpretes dessa Bênção, em favor dos que sobem dificilmente o monte
da evolução.
Caridade para com os famintos de Pão e caridade para com os famintos de amor...
Caridade para com os amigos e caridade para com os adversários, para que a
harmonia reine no grande caminho que nos compete trilhar...
Guardemos humildade à frente de todos os condutores do pensamento e do trabalho,
na obra do Senhor, cuja intimidade hoje buscamos, sequiosos de redenção,
osculando-lhes respeitosa e reconhecidamente as mãos, consagradas à ordem e à
verdade, à justiça e ao bem, mas, genuflexos, roguemos a êles nos ajudem, para
que a caridade nos encontre fiéis, em seu culto, na pessoa de nossos
semelhantes, a fim de que por Luz das luzes, Bênção das bênçãos e fraternidade
salvadora, em todas as organizações fraternas do nosso ideal libertador, seja
ela o altar humano e vivo, em que os braços do Senhor se manifestam no mundo,
agora e sempre.
Fabiano de Cristo