Entre os Cristãos
“Mas entre vós não será assim.” — Jesus. (MARCOS, capítulo 10, versículo 43.)
Desde as eras mais remotas, trabalham os agrupamentos religiosos pela obtenção
dos favores celestes.
Nos tempos mais antigos, recordava-se da Providência tão-só nas ocasiões
dolorosas e graves. Os crentes ofereciam sacrifícios pela felicidade doméstica,
quando a enfermidade lhes invadia a casa; as multidões edificavam templos, em
surgindo calamidades públicas.
Deus era compreendido apenas através dos dias felizes.
A tempestade purificadora pertencia aos gênios perversos.
Cristo, porém, inaugurou uma nova época. A humildade foi o seu caminho, o amor e
o trabalho o seu exemplo, o martírio a sua palma de vitória. Deixou a
compreensão de que, entre os seus discípulos, o princípio de fé jamais será o da
conquista fácil de favores do céu, mas o de esforço ativo pela iluminação
própria e pela execução dos desígnios de Deus, através das horas calmas ou
tempestuosas da vida.
A maior lição do Mestre dos Mestres é a de que ao invés de formularmos votos e
sacrifícios convencionais, promessas e ações mecânicas, como a escapar dos
deveres que nos competem, constitui-nos obrigação primária entregarmo-nos,
humildes, aos sábios imperativos da Providência, submetendo-nos à vontade justa
e misericordiosa de Deus, para que sejamos aprimorados em suas mãos.
Emmanuel