Reencarnação
A reencarnação como lei exigia o concurso da amizade para cumprir-se? Os
desafetos da vida influíam em nosso futuro? O trabalho reencarnatório não seria
uma imposição natural?
Clarêncio ouviu, atencioso, as indagações e respondeu, satisfeito:
A lei é sempre a lei. Cabe-nos tão somente respeitá-la e cumpri-la. Nossa
atitude, porém, pode favorecer-lhe ou contrariar lhe o curso, em favor ou em
prejuízo de nós mesmos. O renascimento na carne funciona em condições idênticas
para todos, contudo, à medida que se nos desenvolvem o conhecimento e o amor,
conseguimos colaborar em todos os serviços do aperfeiçoamento moral em nossas
recapitulações. A alma, como a planta, pode ressurgir em qualquer trato de solo,
mas não seria justo relegar sementes selecionadas a terrenos incultos. A
reencarnação, por si, tanto quanto ocorre nos reinos inferiores à evolução
humana, obedece a princípios embriogênicos automáticos, com bases na sintonia
magnética; contudo, em se tratando de criaturas com alguns passos à frente da
multidão comum, é possível ajustar providências que favoreçam a execução da
tarefa a cumprir. Nesses casos, a plantação de simpatia é fator decisivo na
obtenção dos recursos de que necessitamos... Quem cultiva a amizade somente na
família consangüínea, dificilmente encontra meios para desempenhar certas
missões fora dela. Quanto mais extenso o nosso raio de trabalho e de amor, mais
ampla se faz a colaboração alheia em nosso benefício.
Trecho do Capítulo 27: Preparando a Volta.
André Luiz