Irmã Clara
Nossa vida pode ser comparada a grande curso educativo, em cujas classes
inumeráveis damos e recebemos, ajudamos e somos ajudados. A serenidade, em todas
as circunstâncias, será sempre a nossa melhor conselheira, mas, em alguns
aspectos de nossa luta, a indignação é necessária para marcar a nossa repulsa
contra os atos deliberados de rebelião ante as Leis do Senhor.
Essa elevada tensão de espírito, porém, nunca deve arrojar-se à violência e
jamais deve perder a dignidade de que fomos investidos, recebendo da Divina
Confiança a graça do conhecimento superior. Basta, dentro dela, a nossa
abstenção dos atos que intimamente reprovamos, porque a nossa atitude é uma
corrente de indução magnética. Em torno de nós, quem simpatiza conosco
geralmente faz aquilo que nos vê fazer.
Nosso exemplo, em razão disso, é um fulcro de atração. Precisamos, assim, de
muita cautela com a palavra, nos momentos de tensão alta do nosso mundo emotivo,
a fim de que a nossa voz não se desmande em gritos selvagens ou em considerações
cruéis que não passam de choques mortíferos que infligimos aos outros, semeando
espinheiros de antipatia e revolta que nos prejudicarão a própria tarefa.
Trecho do capítulo Irmã Clara, por Clara.
André Luiz