Espinheiros
“Nem se vindimam uvas dos abrolhos.” — Jesus. (LUCAS, capítulo 6,versículo
44.)
O cristão é um combatente ativo.
Despertando no campo do Senhor, aturde-se-lhe a visão com a amplitude e
complexidade do trabalho.
Dificuldades, tropeços, cipoais, ervas daninhas...
E o Evangelho, com propriedade de conceituação, elucida que não se pode vindimar
nos espinheiros.
Entretanto, teria Jesus assumido a paternidade de semelhante afirmativa para que
cruzemos os braços em falsa beatitude?
Se o terreno permanece absorvido pelos abrolhos, o discípulo recebeu inúmeras
ferramentas do Mestre dos mestres.
Indispensável, pois, enfrentar o serviço.
O Cristo encarou, face a face, o sacrifício pela Humanidade inteira.
Será a existência de alguns espinheiros a causa de nossos obstáculos
insuperáveis?
Não. Se hoje é impossível a vindima, ataquemos o chão duro. Lavremos o solo
árido. Adubemos com suor e lágrimas.
Haverá sempre chuvas fecundantes do Céu ou generosos mananciais da Terra,
abençoando-nos o esforço.
A Divina Providência reside em toda parte. Não olvidemos o imperativo do
trabalho e, depois, em lugar dos abrolhos, colheremos o fruto suave e doce da
videira.
Emmanuel