Diálogo e Sexo
Justo prosseguirmos colaborando nos empreendimentos que visem a preservar o
equilíbrio no relacionamento sexual. Liberdade sem compromisso impele a
desregramento e desregramento gera destruição.
Entretanto, é preciso acreditar no poder da compreensão e da tolerância, a fim
de que venhamos a auxiliar aos nossos companheiros de caminhada evolutiva,
através do diálogo fraterno, capaz de banir a condenação dos nossos processos de
vivência.
Muito fácil observar negativamente o comportamento alheio, quando esse
comportamento deixa a desejar.
Antes, porém, de estabelecer a censura ao redor de alguém, determina a justiça
indaguemos de nós próprios o que teremos feito a fim de amparar esse alguém,
para que não caísse ou se transviasse.
Diante de pessoas queridas que te surjam trazendo problemas afetivos, arma-te de
paciência e de entendimento, de modo a socorrê-las sem azedume ou reprovação.
Importa considerar que os erros dos outros poderiam ser nossos, reconhecendo-se
que ainda não possuímos natureza de ordem superior; que provavelmente amanhã
seremos defrontados pelas situações difíceis em que amigos nossos se
emaranharam; que ignoramos, de todo, se nos alcançarão em breve as afeições de
existências pretéritas, a fim de nos examinarem a capacidade de amar em nível
superior; e desconhecemos se pessoas amadas, de futuro, estarão envolvidas em
questões sentimentais, dependendo ainda de nosso concurso para se garantirem na
precisa sustentação.
Por tudo isso, e muito mais, isto é, em razão dos ditames da lei de amor que nos
traça a obrigação do acatamento e do amparo mútuos em nossas dificuldades,
compadece-te mais intensamente quando o próximo te procure demonstrando questões
do sexo doente ou menos feliz. E convence-te de que, por enquanto, não será
unicamente enviando os seres queridos a instruções, fora de teu ambiente
particular, que lhes solucionarás os problemas.
Ante as inquietações afetivas, naqueles que te compõem a equipe familiar,
enternece-te e auxilia-os, pela conversação compreensiva e fraternal de quem se
coloca no lugar deles, de modo a apreender-lhes as provações e os sofrimentos.
Sem apoiar o desequilíbrio, mas sem fugir ao apreço que nos devemos uns aos
outros, saibamos raciocinar com todos eles, mostrando-lhes o impositivo da
disciplina a que todos somos obrigados no espaço e no tempo, se quisermos ser
realmente felizes; destaquemos a dignidade do trabalho por base do respeito que
nos cabe tributar à própria consciência; mostremos que a independência só existe
pelo dever nobremente cumprido; e exaltemos a lealdade por fator indispensável
da paz e da alegria, ante os princípios de causa e efeito que, a todo instante,
nos restituem aquilo que damos de nós no campo do destino.
E, usando o diálogo amigo e edificante por terapêutica de que todos somos
necessitados, compreendamos que os desajustes do sentimento, acima de tudo,
unicamente desaparecem, de todo, quando tratados pelos recursos do coração.
Emmanuel