Mãe

“Ó minha santa mãe”! Era bem certo,
Que entre as preces maternas estendias,
As tuas mãos sobre os meus tristes dias,
Quando na Terra – que era o meu deserto.

Nos instantes de dor, bem que eu sentia,
As tuas asas de Anjo de Ternura,
Pairando sobre a minha desventura,
Feita de prantos e melancolia.

Flor ressequida eu era, e tu o orvalho
Que eu nutria, pobre e empalecida;
Era a tua alma a luz da minha vida,
Meu tesouro, meu dúlcido agasalho!...

Ai de mim sem a tua alma bondosa,
Que me dava a promessa da esperança,
Raio de luz, e amor e de bonança,
Da escuridão da vida dolorosa.

E que felicidade doce e pura,
A que senti após a treva e a morte,
Findo o terror da minha negra sorte,
Quando vi teu sorriso de ventura!

Então senti que as Mães são mensageiras
De Maria, Mãe de anjos e de flores,
E mãe das nossas Mães cheias de amores,
Nossas meigas e eternas companheiras!...”


Auta de Souza