Intolerância e Radicalismo
Houve, na Roma antiga, um templo dedicado a Jano, que durante
um milênio somente fechou as suas portas nove vezes,
correspondentes aos períodos em que a República esteve em paz.
O deus singular era representado com duas faces, o que o tornou
conhecido como bifronte, atributo conseguido de Saturno, a quem
favorecera, e que o dotara com a capacidade de perpetrar
o passado e o futuro, conforme narra a mitologia,
ao se referir ao mais antigo rei do Lácio conhecido.
Joanna de Ângelis – Florações evangélicas
Há, no ser humano, a predominância dos instintos básicos, particularmente, a
ira, que se transforma em cólera, desde quando estimulada pelos desejos não
realizados.
Desde muito cedo, revela-se essa particularidade, nos indivíduos ególatras, que
transpiram intolerância, sempre se acreditando certos e corretos em detrimento
dos demais, mesmo quando portadores de melhores conceitos e mais coerentes
conhecimentos.
Graças a eles, a intolerância sempre marchou com vitalidade entre as pessoas,
mesmo algumas bem equipadas de conhecimentos. São os rebeldes de todos os
tempos, inspiradores de lutas e revoltas, produzindo inquietação no grupo social
em que se encontram.
Dessa intolerância doentia ao radicalismo é um passo audacioso, que envolve a
mente dominada pelas paixões sórdidas e perversas.
Manifestam-se esses lamentáveis episódios no ódio de raças e etnias, de costumes
e tradições, especialmente, nas comunidades religiosas em que se refugiam esses
fracos morais, porque destituídos de valores éticos.
Neste momento, há uma onda de horror pela intolerância e decorrência do
radicalismo religioso dos talibãs, que enfrentam a sociedade e as nações com as
suas retrógradas condutas, tornando leis indiscutíveis os textos da Sharia.
Sharia, segundo o Google, é a lei muçulmana ou islâmica, tanto em relação à
justiça civil e criminal, quando regulando a conduta individual, pessoal e
moralmente. O corpo das leis baseado nos costumes fundamenta-se no Alcorão e na
religião do Islã.
A leitura, distorcida pelas mentes que odeiam, permite a prática dos crimes mais
hediondos, conforme os que vêm sendo praticados no Afeganistão, após a
reconquista de Cabul, na semana passada.
Cenas indescritíveis são apresentadas pelos fanáticos assassinos, ante as suas
vítimas indefensas, que entregam os seus filhos aos soldados americanos e à
massa humana no aeroporto em tentativa de fuga...
Cristãos passam a ser mártires, de forma odienta, pelos infrenes conquistadores,
que reduzem a mulher à insignificância e a mutilações descabidas, terminando na
morte cruel.
A Humanidade necessita despertar como um todo, neste período de crise, de modo a
merecer a denominação de civilizada, preservando os direitos humanos.
Divaldo Franco