Que Parágrafo!
Sempre nos surpreendemos com a clareza de Kardec. O texto está lá desde 1864,
muitas vezes lido, comentado, explicado, mas sempre parece novo, como se não
tivéssemos notado antes, pela lucidez do comentário preciso, como ocorre em toda
sua obra.
O capítulo é o VI – O Cristo Consolador – de O Evangelho Segundo o Espiritismo –
e dentro do primeiro subtítulo O jugo leve, em seu item 2, segundo parágrafo.
Referindo-se exatamente ao jugo suave e leve fardo, comenta o Codificador:
“(...) faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete
aos aflitos. Essa condição está na lei por Ele ensinada.
Seu jugo é a observância dessa lei; mas esse jugo é leve e a lei é suave, pois
que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade”. Magnífico! Todos sabemos
disso, e vivemos comentando, explicando, mas como é bom encontrar parágrafo
assim tão compacto e claro. O alivio das aflições, o jugo ser suave, o fardo ser
leve pede essa condição, o da observância da lei, que é suave, como indica
Kardec, impondo apenas o dever do amor e da caridade.
Que parágrafo! A assistência proveniente do “Vinde a mim todos vós que estais
fatigados”, a felicidade das Bem-aventuranças e do alívio prometido são
resultados da vivência do amor e da caridade, que abre um leque enorme no
universo dos relacionamentos. É que, então, observando a Lei de Amor, o jugo
fica suave, o fardo leve.
Com os tesouros do Evangelho, os ensinos do Espiritismo, cabe-nos refletir na
Lei de Amor de como vive-la na imensidão de nossos segmentos, aí considerados o
aspecto individual, familiar, profissional, coletivo, social. É a solução dos
desafios que nos assustam.
Orson Carrara