Ofensa
Aprendamos a ver nas realidades supremas do espírito, para que
a ofensa não se converta em obstáculos anestesiantes de nossas energias no
caminho espiritual.
Observemos a natureza.
O lavrador parece ironizar a semente, impondo-lhe a solidão na cova fria, mas a
semente reage, transformando-se em flor e fruto, a sustentar-lhe o celeiro.
O escultor parece ferir o mármore, aplicando-lhe perfurantes golpes de buril,
mas a pedra responde, oferecendo-lhe a obra-prima a imortalizar-lhe o nome.
O artífice parece condenar o tronco bruto à extrema crueldade, desbastando-lhe o
corpo, entretanto, a madeira dá forma a utilidades mil, reconfortando-lhe o
templo doméstico.
É preciso compreender na ofensa recebida essa ou aquela oportunidade de triunfo
sobre nós mesmos.
Sem dificuldade, ninguém consegui aferir as próprias conquistas; sem luta, o
mérito é simples palavra ornamental.
Lembremo-nos de que o Mestre Inesquecível recebeu a ofensa da morte na cruz,
transubstanciando-a em luminosa ressurreição.
Do escuro menosprezo da Terra fez Jesus o caminho radiante para os Céus.
Não te esqueças de semelhante verdade e faze do golpe que recebeste no
cotidiano, abençoado motivo de progresso e renovação.
Emmanuel