Sempre é Tempo de Ajudar
É bastante comum o comportamento da maioria das pessoas que viajam de avião.
Mal adentram a aeronave, procuram o seu assento, de forma rápida cumprimentam os
ocupantes vizinhos e logo colocam os fones de ouvido, tomam de um jornal,
revista ou livro e passam o resto da viagem ignorando a presença de todos.
A última coisa que desejam é dividir o espaço com alguém tagarela que tente
invadir a sua privacidade.
Esse comportamento pode, no entanto, nos privar da oportunidade de manter
contatos profissionais, de fazer novos amigos ou mesmo perder algo muito valioso
como uma vida humana.
Allen Van Meter, um homem simpático e alegre, com sua facilidade de fazer
amigos, não era do tipo de ficar mudo ao lado de alguém.
Foi assim que, ao sentar-se, ele olhou para quem ocupava o assento ao seu lado,
naquele dia.
De imediato, perguntou: Sem querer incomodar, mas que papel é esse em suas mãos?
Janet não se fez de rogada. Explicou que aquele era o diagrama de um rim. Disse
que sua irmã fizera um transplante, mas seu corpo rejeitara o órgão, exigindo
que ela passasse a tomar diversos remédios.
O problema é que esses medicamentos estavam danificando ambos os rins.
Ela precisava com urgência de substituição do órgão ou poderia morrer a qualquer
momento.
Allen ouviu com tristeza. Ele viajava, naquele dia, por problemas familiares.
Seu sobrinho, de apenas vinte e cinco anos, sofrera dano cerebral irreversível.
A família desejava doar os órgãos. Ele tomou a decisão. Pediu para utilizar o
telefone do avião, contatou o hospital onde se encontrava o corpo do seu
sobrinho para a remoção dos aparelhos e retirada dos órgãos.
Desejava saber da possibilidade de uma doação direta, ou seja, a família indicar
a pessoa para receber o órgão.
Foram muitos telefonemas, para um e outro hospital. Os passageiros do avião
ficaram sabendo, aos poucos, o que estava acontecendo e passaram a prestar
atenção ao que ocorria.
Não houve quem não vibrasse por um desfecho exitoso.
As equipes dos dois hospitais começaram a se falar, para descobrir o tipo de
sangue de ambos, doador e receptora. Depois, foi providenciado o transporte da
irmã de Janet para o outro hospital.
Naquela mesma noite, ela recebeu o transplante. Durante a cirurgia, os médicos
descobriram que a artéria principal que alimentava seu rim estava quase
totalmente bloqueada.
Caso não tivesse recebido com urgência o novo órgão, poderia ter morrido.
Quem poderia imaginar que uma simples indagação pudesse levar a um desfecho tão
excelente?
Por vezes, o que nos basta é olharmos para o lado para descobrir o quanto bem se
pode proporcionar.
E, reflexionarmos a respeito dos estranhos caminhos da Providência Divina.
Quiçá, algum dia, descubramos as tantas fórmulas de atendimento de Deus aos Seus
filhos.
Um jovem partiu. Outra pessoa, graças ao desprendimento de uma família, teve a
sua vida prolongada.
Coisas de Deus. Coisas do amor.
Momento Espírita