Pedofilia

A edição de nº 1748 da revista "VEJA", de 24/04/02, sob o título "Uma mancha no coração da Igreja", traz um artigo extenso sobre os casos de pedofilia na Igreja Católica, envolvendo ocorrências em vários países, tais como, Estados Unidos, Alemanha, França, Irlanda, Inglaterra, Polônia, Austrália e Canadá. 
Esse artigo junto aos demais noticiários da imprensa televisionada e escrita, proporciona momentos de apreensão, angústia e até mesmo de vergonha para a religião católica. 
É óbvio que a pedofilia, sendo um desequilíbrio do ser humano, ela pode ocorrer em qualquer lugar e tempo, não sendo uma exclusividade de nenhuma religião, profissão ou qualquer outro rótulo que queiramos utilizar. 
Vejamos alguns tópicos que o assunto sob o título acima nos proporciona. 
Celibatário é a pessoa que não quis se casar, o que não significa dizer que ela não se relaciona sexualmente com ninguém. 
Muitas vezes interpreta-se o celibato como uma renúncia ao exercício das atividades sexuais, quando, na verdade, o celibatário pode manter relacionamentos sexuais dentro do homo, hetero ou bissexualismo. 
Ensinam os estudiosos que o celibato não é responsável direto pela pedofilia. Esse desequilíbrio de que a pessoa é portadora, poderá manifestar-se no celibato sem ser causado pelo mesmo.
Consultando o dicionário sobre o significado da palavra "castidade", encontramos algumas definições que se seguem: 1- aquele que se abstém de relacionamento sexual; 2- aquele que se abstém de relacionamentos sexuais imorais; 3- aquele que é puro. 
Essa última definição é a que se aplica à figura de Jesus. 
Dizemos isso porque, procurar sob o rótulo de celibatário tornar-se representante fidedigno da figura do Cristo na Terra, parece-me condição insuficiente, caso o celibato não seja acompanhado da castidade moral, castidade de intenções, de pensamentos. Podemos ser castos dentro de um casamento onde impera o respeito e a fidelidade entre os cônjuges e não sermos castos na vida celibatária. Portanto, não nos aproximamos do Mestre por vivermos uma vida celibatária sem castidade. 
Ensina o Espírito de Emmanuel na pergunta 184 do livro " O Consolador": "Ao invés da educação sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem sua alma para a compreensão sagrada do sexo." 
O sexo é energia criadora cujo direcionamento correto é um controle que o espírito em desenvolvimento assume de dentro para fora, na medida em que evolui. Não será com rótulos exteriores, religiosos ou não, que alcançaremos uma vivência equilibrada dessa energia sexual. Tentar asfixiá-la sem o devido adiantamento espiritual para administrá-la, será fonte certa de neuroses várias, culminando como a explosão de um dique que se derrama em diversas direções, fazendo variadas vítimas. 
O assunto é complexo e extenso e falta-nos conhecimento especializado para prosseguir no mesmo; por isso valemo-nos para encerrar o presente artigo do ensinamento de Emmanuel encontrado no livro "Pão Nosso", na mensagem denominada "Sexo": " O sexo fez o lar e criou o nome de mãe, contudo, o egoísmo humano deu-lhe em troca absurdas experimentações de animalidade, organizando para si mesmo provações cruéis ".


Ricardo Orestes Forni - RIE