Corações Maternos
Minha amiga:
Deus é o grande companheiro do coração que se distancia das atrações terrestres,
magnetizado pela fé que nos arroja o espírito à contemplação do Alto.
Nas horas mais cruciantes da caminhada, Ele segue, mais intimamente associado
conosco, exortando-nos a fortaleza e a resignação.
Reconheço a extensão de tuas chagas de saudade, de aflição, de dor...
Aqui, alguém já me afirmou que mães cristãs são almas crucificadas no madeiro da
renúncia perfeita; mas essas heroínas anônimas simbolizam estrelas que
resplandecem no mundo, indicando o trilho estreito da ressurreição.
Apesar dos espinhos que nos dilaceram por dentro, rejubilemo-nos! Mais tarde,
reconheceremos a superioridade de nossas vantagens no reino do espírito.
Não esperemos da carne a felicidade que ela não pode dar a ninguém.
Recebemos um tesouro de bênçãos com a oportunidade de auxiliar; porque sofrer
pelo bem é um privilégio sublime.
Há momentos em que me pergunto a mim mesma sobre o mistério do amor em nossos
corações. Somos nós, as mães, muitas vezes, como essas plantas rebeldes que se
agarram às ruínas, escondendo-as sob as suas próprias folhas.
Não nos perturbemos!
Acolhamos com serenidade os golpes que nos fazem sangrar o coração.
Um dia Abençoa-los-emos, assim, como louvamos, depois das lições, os obstáculos
que no-las revelaram ... E guardemos a convicção de que na vida espiritual a
visão é muito diversa.
Há filhos vivos na carne que são, para nós, motivo de maiores preocupações e de
mais extensas angústias que aqueles cuja transitória separação lamentamos.
Padeçamos, redimindo.
Um coração materno não conhece o descanso.
Saibamos, desse modo, perseverar com Jesus até o fim.
Zizinha