Libertação

Alma, que um dia voltarás desperta
Do cárcere de sombra a que te enleias,
Despe, chorando, as últimas cadeias
Que te chumbam à estrada escura e incerta.

Foge à noite fatal que te acoberta
Nos prazeres da carne em que te volteias.
Solta a esperança, além, na luz sem peias
E sonha a vida plena, enfim liberta!

Do ergástulo de angústia em que te agitas,
Sob o fardo das lágrimas benditas,
Contempla os céus, fulgindo em primavera...

Cinge a humildade valorosa e boa
E encontrarás na dor que te abençoa
A divina alegria que te espera.


Oscar Rosas Ribeiro