A Lição da Natureza
Toda vez que nossos olhos contemplam o espetáculo do nascer e
do pôr-do-sol, não podemos deixar de reconhecer a grandiosidade do Criador.
Cada vez que mergulhamos a mente no estudo da biologia, descobrindo a perfeição
da maquinaria humana, seu intrincado de artérias, veias, vasos, neurônios, tudo
tão harmonicamente a trabalhar, rendemo-nos ao extraordinário ser que se esmerou
na sua elaboração.
Sempre que ouvimos a balada dos ventos nas tardes frias, o ulular cantante na
pradaria, o farfalhar das folhas de outono, recordamo-nos que o grande
idealizador se chama Deus.
E quando as águas descem dos morros cantando segredos que recolhem por onde
passam e se arrojam das alturas ao solo, alimentando lagos, engrossando rios,
formando cascatas, lembramo-nos de que o maestro excelso paira acima dos homens.
Quando a tempestade ruge, a tormenta grita, e a natureza parece enlouquecida,
pensamos que Deus está um pouco desatento, em leve cochilo.
Deus não se repete, não se cansa de criar, e a cada momento que o homem
aprofunda suas lentes para o interior da terra, o seio dos mares, vai se dando
conta de que o pai desceu a detalhes muito pequenos para que nós, seus filhos,
nos sentíssemos felizes neste planeta.
Mas como todo pai, ele também providenciou para que aprendêssemos uns com os
outros, a fim de crescer com maior rapidez.
E a natureza é uma mestra exemplar. Sua lição de serviço desinteressado,
paciência, perseverança, se faz presente todos os dias.
As flores oferecem perfume e colorido, as árvores ofertam sombra, calor e vida.
Serviço desinteressado.
A semente adormece no seio da terra e ao se espreguiçar, na época devida,
estende brotos, que se tornarão alimento. Paciência e perseverança.
Para quem tem olhos de ver, até os pássaros ensinam. Conta John Leax que nos
dias de inverno ele colocava no comedouro, em seu jardim, sementes, no intuito
de que os pássaros ali se alimentassem.
Um dia, ele observou que um cardeal de penas desbotadas pelo gelo e pelo frio,
pousou e se curvou sobre o comedouro. Mas não bicou nenhuma semente.
Através de seu binóculo, John pode observar que o pássaro tinha seu bico
machucado, quebrado bem na raiz.
Logo mais, dois outros cardeais pousaram ao seu lado. Um de cor viva e outro
cinza.
Sem pressa alguma, como se possuíssem a paciência infindável de Deus, eles
trituraram sementes de girassol e, encostando bico no bico, alimentaram a ave
faminta.
Nos dias seguintes, e durante o inverno inteiro, todas as manhãs e todas as
tardes, o trio chegou no comedouro, repetindo o processo.
Era como um encontro marcado e um compromisso assumido. Uma lição de disciplina
e de desprendimento.
Exercita-te no amor à natureza, que esplende em sol, ar água, árvore, frutos,
animais e homens.
Deixa-te enternecer pelos convites silenciosos que o pai Criador te faz e
dulcifica-te interiormente.
O amor dilui a sombra dos sentimentos negativos, imprimindo o selo da mansidão
em todos os atos.
Ama, portanto, tudo e todos.
Aprende com a natureza.
Momento Espírita