Talves Hoje
Talvez hoje... tenhamos despertado pela manhã com o coração oprimido, com uma
sensação estranha e o dia cinza mais tenha reforçado o nosso sentir desanimado.
Recordemos, porém, que é apenas mais uma manhã. Tudo que lá fora está sob as
nuvens cinzentas, mantém as mesmas cores de ontem.
E não precisamos nos obrigar a estar sempre radiantes e ensolarados por dentro.
Podemos aceitar os dias chuvosos e os ensolarados como parte das estações, sem
grandes choques emocionais.
Talvez hoje... tenhamos esperado algo de alguém e essa pessoa não nos tenha
correspondido.
Pensemos que talvez exista outro ser pensando o mesmo a nosso respeito. Assim,
ofereçamos novas chances, sabendo que as pessoas são diferentes, que não sentem
como nós, que não pensam com nosso pensamento.
Talvez hoje... nosso corpo tenha nos dado algum sinal de desequilíbrio através
de dor ou desconforto.
Antes de qualquer atitude imediata de busca por medicação que tire o sofrimento
ou resolva a questão rapidamente, reflitamos sobre as causas da instabilidade
física, pois elas sempre estarão na alma.
Não adiantará resolver o efeito se a causa persistir. Atendamos a um e a outra.
Talvez hoje... alguém vá nos testar a paciência, a compreensão ou a indulgência.
Não nos coloquemos em posição de vítima.
Imaginemo-nos como o aluno na escola, que deve estar sempre preparado para as
provas surpresa, aquelas que os professores nunca avisam que farão.
Talvez hoje... apareça algum coração amigo impondo-nos quadros de pessimismo e
perturbação, relativamente às dificuldades do mundo.
Embora nos compadecendo da criatura que se entrega ao derrotismo e ao desânimo,
poderemos ser aquele que aponta a renovação para o bem que a Sabedoria Divina
promove em toda parte.
Talvez hoje... notícias menos agradáveis venham nos provocar inquietações e
traçar-nos problemas. No entanto, conservemos a própria paz e não nos
desliguemos das nossas orações e pensamentos de otimismo e esperança.
Talvez hoje... tudo pareça contra nós. Mas prossigamos compreendendo e agindo,
em apoio do bem, guardando a certeza de que Deus está conosco e de que amanhã
será outro dia.
Este é o mundo das aflições. Hospital–escola, o planeta Terra propicia a todos
os seus habitantes a oportunidade do tratamento, da cura e da educação.
Interroguemos friamente nossas consciências todos os que somos feridos no
coração pelas vicissitudes e decepções da vida.
Retornemos, passo a passo, à origem dos males que nos torturam e verifiquemos
se, as mais das vezes, não poderemos dizer: se eu houvesse feito, ou deixado de
fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição.
A quem, então, temos de responsabilizar por todas essas aflições, senão a nós
mesmos?
Somos nós, pois, em grande número de casos, os causadores de nossos próprios
infortúnios.
Mas, em vez de reconhecermos isso, achamos mais simples, menos humilhante para a
nossa vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, quando
a má estrela é apenas o nosso desleixo.
Momento Espírita