Brilhemos!

Na anunciada renovação de ânimos e de novos rumos, trazida com a mudança de calendário no findar e início de cada ano – onde planejamos e revemos ações alimentando o desejo de melhora –, nada mais justo que procurar uma bela inspiração que nos ajude nisso.

Afinal trocamos votos de harmonia e paz, confraternizamos e realmente queremos que o ano novo apresente mudanças positivas. Como dispensamos a ilusão do acaso, tendo consciência que a mudança começa em nós mesmos, firmemos referido ideal em algo concreto.

O título usado na presente abordagem não possui qualquer sentido de vaidade ou prepotência, como alguns podem supor, mas indica um caminho para o qual convido o leitor trilhar comigo num raciocínio lógico e bastante convidativo:

“(…) a abelha suga a flor, o abutre reclama despojos, o homem busca emoções. (…) Há os sofredores inveterados, (…) pessimistas que se enclausuram em nuvens negras (…). Temos os ironistas e caçadores de gargalhadas (…). Observamos os discutidores (…) com o único objetivo de recolher contradições para sustentarem polêmicas infindáveis (…). Nos variados climas do mundo, há quem se nutra de tristeza, de insulamento, (…), de revolta (…)”, entre tantos outros exemplos de comportamentos humanos que poderíamos acrescentar e que a imaginação do leitor pode incluir…

O que nos interessa, todavia, é um roteiro de mudanças positivas no quadro individual que vai refletir necessariamente no clima geral da vida humana. Para isso pensemos no cristão autêntico. Este “(…) pede a luz da sabedoria, a fim de aprender a semear o amor (…)”.

Tudo isso para dizer que, dentro das escolhas individuais “(…) Se a candeia ilumina, queimando o próprio óleo, se a lâmpada resplende, consumindo a energia que a usina lhe fornece, ofereçamos a instrumentalidade de nossa vida aos imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se revele, por nosso intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes. (…)”.

Nesse ponto cabe um questionamento individual que cada consciência responde por si mesmo: o que é oferecer a instrumentalidade de nossa vida aos imperativos da perfeição?

Não ouso responder, deixando à reflexão do leitor, pois que desdobramentos extraordinários daí podem ser obtidos. São caminhos que respondem ao ideal da renovação que propalamos a cada mudança de calendário.

Lembrando que o Mestre da Humanidade proclamou Brilhe vossa luz!, atentemos que igualmente podemos brilhar! Daí o convite: Procuremos brilhar! Sim, o brilho da honestidade, da perseverança, da esperança, da alegria de viver, da solidariedade, do trabalho contínuo, da bondade e do esforço da melhora individual.

O convite afirmativo foi feito por Emmanuel, pelas mãos de Chico Xavier, e está na apresentação do pequeno grande livro Vinha de Luz, no prefácio datado de 25 de novembro de 1951, na edição da FEB. Pois que, afinal como o mesmo autor conclui no último parágrafo do capítulo 1 da mesma obra: “O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade”.

Hoje comecei o dia olhando o sol e me perguntando: qual a Vontade Divina? Já parou para pensar nisso, meu amigo, minha amiga?! As respostas são muitas, mas todas elas levam a uma única conclusão: o amor de Deus pelos filhos…


Orson Carrara