Socorro Oportuno
Sensibiliza-te diante do irmão positivamente obsidiado e esmera-te em
ofertar-lhe o esclarecimento salvador com que a Doutrina Espírita te favorece.
Bendito seja o impulso que te leva a socorrer semelhante doente da alma;
entretanto, reflete nos outros, os que se encontram nas últimas trincheiras da
resistência ao desequilíbrio espiritual.
Por um alienado que se candidata às terapias do manicômio, centenas de
fronteiriços da obsessão renteiam contigo na experiência cotidiana.
Desambientados num mundo que ainda não dispõe de recursos que lhes aliviem o
íntimo atormentado, esperam por algo que lhes pacifiquem as energias, à maneira
de viajores tresmalhados nas trevas, suspirando por um raio de luz. . .
Marchavam resguardados na honestidade e viram-se lesados a golpes de crueldade,
mascarada de inteligência; abraçaram tarefas edificantes e foram espancados pela
injúria, acusados de faltas que jamais seriam capazes de cometer; entregaram-se,
tranqüilos, a compromissos que supuseram inconspurcáveis e acabaram espezinhados
nos sonhos mais puros; edificaram o lar, como sendo um caminho de elevação, e
reconheceram-se, dentro dele, à feição de prisioneiros sem esperança; criaram
filhos, investindo em casa toda a sua riqueza de ideal e ternura, na expectativa
de encontrarem companheiros abençoados para a velhice, e acharam-se relegados a
extremo abandono; saíram da juventude, plenos de aspirações renovadoras e
toparam enfermidades que lhes atenazam a vida. . . E, com eles, os que se acusam
desajustados, temos ainda os que vieram do berço em aflição e penúria, os que se
emaranharam em labirintos de tédio, por demasia de conforto, os que esmorecem
nas responsabilidades que esposaram e os que carregam no corpo dolorosas
inibições. . .
Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina
Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao
clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou
na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de
caridade – a caridade da sua própria divulgação.
Emmanuel