Culpa e Resgate
- Senhora, compaixão! – a moça triste implora.
- Não merece perdão a mulher que se aluga!...
Acabarei contigo, infame sanguessuga!... –
Grita no espancamento a impassível senhora.
A vítima doente anseia, tomba e chora,
Tremendo, a soluçar, sob o pé que a subjuga...
Rompe-se um grande vaso... E o sangue rola em fuga.
A morte arranja o fim... Tudo é silêncio agora...
A ré que ninguém viu, como se nada houvera,
Continua a viver qual flor na primavera,
Mas a Lei vigilante assinala-lhe a trilha.
E antes que a dama nobre em remorsos se adentre,
A alma da moça triste acolhe-se-lhe ao ventre
E ela estende-lhe o seio, enlaçando-a por filha...
Antônio Valentim da Costa Magalhães