Brinde para Jesus
Na existência terrestre, surgem momentos tão aflitivos em certas
circunstâncias, que mais vale dissolver as nossas relações na luz do
entendimento, ante o silêncio do coração que expô-las verbalmente, traduzindo-as
nos lábios, sob a força do raciocínio.
Bastas vezes, semelhantes ocasiões decorrem de provações particulares, na vida
íntima, como sejam:
A atitude impensada de pais queridos, ante os quais não nos será lícito
demonstrar o mínimo desconsolo;
A ofensa de filhos bem-amados, a quem desejamos ofertar unicamente proteção e
ternura;
A hora de lágrimas de incompreensão de que partilhamos, freqüentemente, perante
a companheira ou o companheiro com os quais tenhamos edificado a benção do lar;
O prejuízo que procede do associado de trabalho ou de ideal, a cuja amizade
empenhamos o coração;
O desapontamento que um amigo nos cause;
O menosprezo oriundo da indiferença de companheiros que relacionávamos por
tesouros de felicidade no escrínio da vida;
A deserção dos seres queridos;
A extremada luta pela conquista de compreensão naqueles com que respiramos o
mesmo clima espiritual;
A dor que os entes amados nos impõem, quando se fazem motivos de tumulto e
tribulação no campo de nossa própria casa. . .
Nessas horas de crise, em que tudo parece conspirar contra nós e em que a nossa
própria palavra, se for expressa, nada mais conseguirá que complicações e mais
luta para a vida dos outros, lembremo-nos de que todos somos criaturas do
Criador e ofereçamos um brinde para Jesus, de que todos somos tutelados na
terra:
- o brinde da paciência para com todos aqueles que nos criem provações e
problemas, e, reconhecendo que os objetivos da evolução se nos resumem na
formação da felicidade de todos, em louvor de todos, acendamos pelo menos
pequenina chama de amor no próprio coração. . .
E com semelhante luz, trabalhando e servindo, sem precipitação e sem desânimo,
aguardaremos, em paz, a intervenção infalível das leis de Deus.
Emmanuel