Instrução
Já se disse que duas asas conduzirão o espírito humano à presença de Deus.
Uma chama-se Amor, a outra, Sabedoria.
Pelo amor, que, acima de tudo, é serviço aos semelhantes, a criatura se ilumina
e aformoseia por dentro, emitindo, em favor dos outros, o reflexo de suas
próprias virtudes; e, pela sabedoria, que começa na aquisição do conhecimento,
recolhe a influência dos vanguardeiros do progresso, que lhe comunicam os
reflexos da própria grandeza, impelindo-a para o Alto.
Através do amor valorizamo-nos para a vida.
Através da sabedoria somos pela vida valorizados.
Daí o imperativo de marcharem juntas a inteligência e a bondade.
Bondade que ignora é assim como o poço amigo em plena sombra, a dessedentar o
viajor sem ensinar-lhe o caminho.
Inteligência que não ama pode ser comparada a valioso poste de aviso, que traça
ao peregrino informes de rumo certo, deixando-o sucumbir ao tormento da sede.
Todos temos necessidade de instrução e de amor.
Estudar e servir são rotas inevitáveis na obra de elevação.
Toda a cultura intelectual é formada em cadeia de gradativa expansão.
As civilizações sucedem-se, ininterruptas, ao influxo da herança mental.
A arte, na palavra ou na música, no buril ou no pincel, evolui e se aprimora,
por intermédio da repercussão a exprimir-se no trabalho dos cultivadores do
belo, que se inspiram uns nos outros.
A escola é um centro de indução espiritual, onde os mestres de hoje continuam a
tarefa dos instrutores de ontem.
O livro representa vigoroso ímã de força atrativa, plasmando as emoções e
concepções de que nascem os grandes movimentos da Humanidade, em todos os
setores da religião e da ciência, da opinião e da técnica, do pensamento e do
trabalho. Por esse dínamo de energia criadora, encontramos os mais adiantados
serviços de telementação, porqüanto, a imensas distâncias, no espaço e no tempo,
incorporamos as idéias dos espíritos superiores que passaram por nós, há
Séculos.
Sócrates reflete-se nas páginas dos discípulos que lhe comungavam a intimidade,
e, ainda hoje, consumimos os elevados pensamentos de que foi ele o portador.
Retrata-se Jesus nos livros dos apóstolos que lhe dilataram a obra, e temos no
Evangelho um espelho cristalino em que o Mestre se reproduz, por divina
reflexão, orientando a conduta humana para a construção do Reino de Deus entre
as criaturas.
Conhecer é patrocinar a libertação de nós mesmos, colocando-nos a caminho de
novos horizontes na vida.
Corre-nos, pois, o dever de estudar sempre, escolhendo o melhor para que as
nossas idéias e exemplos reflitam as idéias e os exemplos dos paladinos da luz.
Emmanuel