Orando e Vigiando
Meus irmãos, glorificada seja a Vontade de Nosso Pai Celestial.
Humilde companheiro vosso, incorporado à caravana dos obreiros de boa-vontade,
não porméritos que nos falham, mas sim por havermos recebido «acréscimo de
misericórdia» que a infinita bondade do Senhor jamais recusa ao espírito
desperto para as necessidades da própria regeneração, associamo-nos, hoje, às
vossas orações e tarefas, deprecando as bênçãos de Jesus em nosso benefício, a
fim de que não nos faleçam a energia e o bom ãnimo, na empresa de socorro aos
nossos irmãos que se brutalizaram depois da morte ou que, além dela, se fizeram
infortunados seareiros doegoísmo e da crueldade, da violência e do ódio.
Ah! meus amigos, quantos legionários da nossa grande causa, para gáudio da
sombra geradora da discórdia, na hora grave que atravessamos, adormecem à margem
dos compromissos assumidos, embriagados no ópio da indiferença, cegos para a
missão do Espiritismo como o Paracleto que nos foi prometido pelo Cristo de
Deus, surdos para com a realidade que lhes brada emocionantes apelos ao trabalho
do Evangelho, ou hipnotizados nas contendas anti-fraternas em que malbaratam os
recursos que o Senhor nos empresta, convertendo-se, levianamente, na
instrumentalidade viva da negação e das trevas!
Crendo brunir a elucidação doutrinária, traçam inextricáveis labirintos para as
almas ainda inseguras de si e que se nos abeiram do manancial de consolações
preciosas; e, supondo cultuar a verdade, apenas extravagam na retórica infeliz
de quantos se anulam sob os narcóticos da vaidade, transformando a água viva da
fé que lhes jorrava dos corações em fel envenenado de loucura e perturbação para
si mesmos ou caindo sob os golpes desapiedados de nossos infelizes companheiros
do passado, a nos acenarem de outras reencarnações e de outras eras.
Eis por que rogamos ao Senhor nos conserve naquela oração e naquela vigilância
que exprimem o trabalho digno e a ardente caridade com que devemos honrar o
altar de luta em que fomos chamados a servi-lo.
Crede que o Espiritismo é o restaurador do Cristianismo em sua primitiva e
gloriosa pureza e que os espíritas sinceros são, por excelência, na atualidade,
os cristãos mais diretamente responsáveis pela substancialização dos
ensinamentos que o nosso Divino Mestre legou à Humanidade.
Procuremos, por isso, o nosso lugar de aprendizes e servidores e, compreendendo
o valor da oportunidade e do tempo, ofereçamos nossas vidas à cristianização das
consciências, começando por nós mesmos, suplicando ao pulcro Espírito de Nossa
Mãe Santíssima nos ilumine a estrada para o aprisco do Divino Pastor. Acordados,
assim, para as obrigações a que nos entrosamos na obra de luz e amor, louvemos a
bondade de Nosso Pai Celestial para sempre.
Guillon Ribeiro