Montanha Acima
Não reproves
a dor que te reclama
Ao trabalho do amor que aperfeiçoa,
Não te
esqueças da flor humilde e boa
Que desabrocha no montão de lama.
Chora, padece e crê... Espera e ama...
E ainda mesmo na sombra
que atraiçoa,
Faze do bem a fúlgida coroa
Do serviço a que o mundo
te conclama.
Não recues na jornada para a frente.
Fira-te
embora a lágrima pungente,
Segue, montanha acima, calmo e forte!
Para quem busca do Céu, a luz não tarda,
Mas aquele que volta à
retaguarda
Recebe a estagnação, a treva e a morte.
Arnold de Souza