Revolução Espiritual
Dentro de suas atividades nos tempos modernos, os espiritistas sinceros não
podem desconhecer o sentido revolucionário da tarefa que lhes coube. Não no
sentido de movimentação exterior ou de predicações exaltadas na consideração
de nossa mística reconfortadora, mas revolução em si mesmos, estendendo os
benefícios colhidos a outras almas, no grande e abençoado labor educativo.
Necessitam eles de muito tempo ainda, na contagem dos anos sucessivos para a
preparação de ambiente, no objeto de aplicar-se o ensinamento de modo
coletivo. Não se atingirá a finalidade da doutrina, sem a formação da base
espiritual, mantenedora da estabilidade das grandes realizações.
A revolução preconizada é toda de natureza espiritual, começando no eu,
desenvolvendo-se no mundo individual, projetando assim mais luz no caminho
da coletividade. Cada estudante da escola doutrinária deverá sentir em si
mesmo o estímulo do aprendiz dedicado ao seu mestre, provando ao Senhor da
Seara, com os seus sacrifícios próprios, o índice de aproveitamento pessoal.
Esse movimento, portanto, não requer armas, apoio político e outros auxílios
necessários às organizações estritamente materiais. No problema, requer-se
compreensão e sentimento, a fim de que a verdade relativa dilate os seus
horizontes, dentro do próprio âmbito de conhecimentos do planeta. Não
bastará, pois, a freqüência às reuniões ou a procura deste ou daquele
concurso da doutrina, para que, em semelhante assunto, se arvore o leigo em
sabedor de teorias espiritualistas. Requer-se o sentimento e a essência
educativa, para que o ideal não se perca em seus grandiosos fins.
Os espiritualistas estão vivendo a fase revolucionária... em si mesmos e,
dentro dela, convém recordar que, para seguir o Divino Mestre, não é
necessário escarificar as minas profundas da cultura complicada do século e
nem é preciso condenar as demais doutrinas que não sentiram ainda o
Evangelho Redentor. Sabemos que, no futuro, todas as filosofias terrestres
estarão irmanadas em sua lição de simplicidade e amor. O que se faz
imprescindível nos tempos que passam é a demonstração viva de cada
discípulo, dentro do conceito profundo de sinceridade confirmando a firmeza
de sua fé e a nobreza de sua convicção em afirmativa individuais de legítima
compreensão.
Emmanuel