Afinidade Espiritual
Numa análise profunda em torno da problemática saúde/doença, pode-se afirmar
que sempre o enfermo é o Espírito, em face dos seus compromissos em relação à
vida.
Os sofrimentos que se derivam das enfermidades fazem parte da programática
evolutiva do ser, que deles necessita, a fim de melhor ponderar em relação aos
compromissos existenciais, nem sempre respeitados, invariavelmente relegados a
plano secundário.
Nessa ocorrência, a da enfermidade, também incluem-se os fenômenos obsessivos,
que podem responsabilizar-se por algumas delas, dando-lhes origem ou
piorando-lhes o quadro em decorrência das afinidades existentes entre o paciente
e o espírito agressor.
Vinculados pela carga emocional débito/demérito, a influência do Espírito
desencarnado em relação ao encarnado, consequência de gravames praticados
anteriormente, podendo também ser efeito da existência atual, tornando-se
insistente presença no perispírito do seu antagonista, as contínuas cargas de
energia morbosa que exterioriza terminam por desorganizar-lhe os equipamentos
fisiológicos, facultando o surgimento das doenças de vária ordem.
Por outro lado, debilitando-se o indivíduo por efeito de alguma desordem
orgânica, torna-se presa fácil dos inimigos que o sitiam, sofrendo-lhes as
energias fluídicas perniciosas que lhe pioram o quadro na área da saúde,
tornando-a mais difícil de ser recuperada.
Invariavelmente, portanto, em todos os processos enfermiços que alcançam a
criatura humana encontram-se presentes influências espirituais perniciosas,
tendo-se em vista a necessidade do paciente resgatar equívocos defluentes da
conduta infeliz nas experiências passadas.
A Lei das afinidades espirituais, resultantes do estágio de evolução moral dos
espíritos em relação a si mesmos e ao próximo, trabalha em favor do equilíbrio
cósmico no indivíduo, estabelecendo que, onde se encontra o endividado aí se faz
presente o cobrador, porque ninguém pode desconsiderar os estatutos morais
que vigem no universo sem sofrer-lhes os efeitos, de acordo com o tipo de
agressão praticada.
É desse modo que a consciência culpada, esteja consciente ou não do crime
praticado, elabora mecanismos punitivos autorreparadores, criando situações
emocionais próprias aos conflitos e, noutras vezes, descarregando a culpa nas
telas delicadas da organização cerebral, que as transfere para o sistema nervoso
central, é direcionada para o sistema endócrino e, por fim, para o imunológico,
desestabilizando-o...
Se compreendessem que vivem num mundo de intercâmbio de mentes e de ondas, de
vibrações e de energias de toda procedência, melhor precatar-se-iam as criaturas
humanas das intoxicações espirituais venenosas, pelo cultivar dos pensamentos
saudáveis, geradores de campos psíquicos harmônicos, que se tornariam defesas
naturais em relação às influências tormentosas.
Na sublime lição de Jesus, quando sugeriu: "Buscai primeiro o reino de Deus e
sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado", encontra-se a saudável
advertência para o cultivo dos pensamentos superiores, evitando a construção
ideológica de enfermidades, de desconcertos, de distúrbios da emoção.
A constância mental em torno dos valores elevados é de relevante significado,
porquanto, além de beneficiar aquele que a mantém, espraia-se em volta,
beneficiando todos aqueles que se lhe acercam em qualquer um dos planos da vida.
Quando alguém se aproxima de um pântano ou de um jardim, desejando-o ou não,
aspira o odor característico e, ali, demorando-se, impregna-se da sua
exteriorização.
No que diz respeito às ondas mentais, ao clima psíquico, a ocorrência é
idêntica, propiciando cuidados em relação ao que se pensa, ao que se aspira, à
forma como cada qual se comporta.
Manoel Philomeno de Miranda