Auto Julgamento
Se te decidires a praticar compreensão, adiantar-te ás, consideravelmente, no
caminho do amor, em direção à paz que se te fará suporte à felicidade.
Para isso, é imperioso te situes no lugar dos outros; de modo a que não percas
tempo, com qualquer julgamento leviano, capaz de arrojar-te em complicações e
enganos, por vezes, de lastimável e longa duração.
Se te observares na condição do agressor, imagina quão valioso se te faria o
perdão daqueles a quem houvesse ferido, após reconheceres que te desmandaste num
momento de desequilíbrio e loucura.
Fosses a pessoa encarcerada em penúria e doença e saberias agradecer os gestos
espontâneos de quem te doasse alguns minutos de reconforto ou leves migalhas de
auxílio.
Caso te visses no lugar da pessoa caída em tentação, reflete se poderias haver
resistido, com mais eficiência, ao assédio das sugestões infelizes.
Estivesses na posição daqueles que controlam a fortuna ou o poder, a influência
ou a autoridades e examina, por ti mesmo, qual seria o teu comportamento.
Colocando-te na situação dos companheiros em lágrimas que viram partir entes
amados, sob a neblina da morte, mentaliza a extensão do sofrimento que te
dilapidaria o coração ao perder a companhia daqueles que mais amas.
De quando a quando, sujeita-te, no silêncio, aos testes dessa natureza,
dialogando intimamente de ti para contigo e descobrirás em ti as fontes de
renovação espiritual a te nutrirem os sentimentos com novos princípios de
tolerância e humanidade.
Realmente, advertiu-nos Jesus:
- “Não julgues para não serdes julgados.”
O Divino Mestre, entretanto, não nos proclamou impedidos de julgar a nós
próprios, de modo a revisarmos nossos ideais e atitudes, colocando-nos
finalmente a caminho da própria sublimação.
Emmanuel