Dificuldade no Intercâmbio

Mas, o serviço não é tão fácil quanto parece à primeira vista. Podemos certamente visitar amigos e influenciá-los; todavia, para isso, copiamos o esforço dos profissionais da telepatia. Emitimos o pensamento, gastando a potência mental em dose alta e, se a pessoa visada se mostra sensível, então é possível transmitir-lhe idéias; com relativa facilidade. Por vezes, a deficiência do receptor, aliada às múltiplas ondas que o cercam, impede a consumação de nossos propósitos. Se o instrumento de intercâmbio permanece absorto nas preocupações da luta comum, é difícil estabelecer a preponderância de nossos desejos.

A mente humana; atraí ondas de força, que variam de acordo com as emissões que lhe caracterizam as atividades. No aparelho mediúnico, esse fenômeno é mais vivo. Pela sensibilidade que lhe marca as faculdades registradoras, o médium projeta energias em busca do nosso campo de ação e recebe-as de nossa esfera com intensidade indescritível.

Calculam, pois, os obstáculos naturais que nos cerceiam as intenções. Se não há combinação fluídico-magnética entre o Espírito comunicante e o recipiente humano, realizar-se-á nosso intento apenas em sentido parcial.

É quase impossível impormos nossa individualidade completa.

Ainda mesmo em se tratando da materialização, o visitante do “outro mundo” depende das organizações que o acolhem.

Se o médium relaxa a obrigação de manter o equilíbrio fisiopsíquico e se os companheiros que lhe integram o grupo de trabalho vivem estonteados, sem o entendimento preciso dos deveres que lhes competem, torna-se impraticável o aproveitamento dos recursos que se nos oferecem para o bem.



Venho recebendo agora preciosas lições, quanto a isto, porque cheguei à leviandade de prometer a mim mesmo que prosseguiria, depois do sepulcro, a corresponder-me regularmente com os leitores de minhas páginas doutrinárias.

Considerava a escrita e a incorporação mediúnicas ocorrências triviais do nosso aprendizado; no entanto, vim de reconhecer, neste plano em que hoje me encontro, a desatenção com que assinalamos semelhantes dádivas. Esses fatos amplamente multiplicados, em nossos agrupamentos, traduzem imenso trabalho dos Espíritos protetores, com reduzida compreensão por parte dos que a eles assistem.

Passei a observar o porquê de muitas promessas de amigos, que se não realizaram.

Companheiros diversos haviam partido, antes de mim; convencidos de que poderiam voltar, quando quisessem, trazendo informações da nova esfera e, embora lhes aguardassem a palavra esclarecedora, através de reuniões respeitáveis, a solução parecia adiada, indefinidamente.

O homem encarnado é tido em nossos círculos por arrendatário das possibilidades terrestres e, de modo algum, podemos absorve-lhe a autoridade e a direção da experiência física, tanto quanto não lhe será possível determinar na zona de trabalho que nos é própria.

Em vista disso, por mais que desejemos, somos obrigados a depender de vocês em nossas comunicações e interferências.

Os amigos da vida superior necessitam da cooperação elevada, para se manifestarem nas obras de amor e fé, na mesma proporção em que as entidades votadas ao mal reclamam concurso de baixa espécie das criaturas perversas ou ignorantes, no cenário carnal. Verifica-se a mesma disposição em nossa zona de serviço. Vocês conseguirão isto ou aquilo, em nosso ambiente, dependendo, porém, das entidades que puderem mobilizar.


Irmão Jacob