Confidência Materna
Dei-te um berço de rendas e de flores,
Adorei-te por nume excelso e amigo
E inclinei-te, meu filho, a ser comigo
Soberano de sonhos tentadores.
Ordenava no orgulho que maldigo :
– “Não te curves nem sirvas, aonde fores...”
Entreguei-te mentiras por louvores
E enganosa fortuna por abrigo.
Hoje, de alma surpresa, torno a casa!
Tremo ao ver-te no luxo que te arrasa,
Como quem do e em trágico veneno!
E choro, filho meu, choro vencida,
Por guardar-te entre os grandes toda a vida,
Sem jamais ensinar-te a ser pequeno.
Andradina de Oliveira