Precioso Servidor
Respondendo a sua carta,
Afirmo, prezado Elmano:
- Dinheiro é amparo do Céu
Entregue ao progresso humano.
Nunca censure a moeda.
Bem dirigida, a finança
É bênção para o trabalho
E uma fonte de esperança.
Para mostrar o dinheiro
No apoio que descortina,
Trago a você nesta carta
Uma lição pequenina.
Calimério foi à rua
Seguido de um companheiro
Que conquistara, ajudando
Na casa de um carpinteiro.
O irmão que você conhece
Comportava-se por guia,
Fez-se o outro associado
Que escutava e obedecia.
Tratava-se de um amigo
Dos melhores que se tem,
Quando a pessoa deseja
Viver cultivando o bem.
Notei logo o quadro lindo
Que se formara nos dois,
Onde passassem servindo
A luz brilhava depois.
Ambos levaram socorro
Para Zulmira Noé;
A doente que descria
Recobrou a própria fé.
Promoveram leito novo
Com todo conforto à mão
Para o velho Regozino
Que esmorecera no chão.
Trouxeram novo agasalho
Para o quarto do Agenor,
O enfermo desamparado
Que pedia cobertor.
Viram ambos a alegria
Na viúva do Albernaz,
A quem deram de presente
Um grande bujão de gás.
Ao telheiro de Angelina,
A viúva do Zé França,
Trouxeram penicilina,
Socorrendo uma criança.
Ao recanto da viúva
Lilia da Conceição
Enriqueceram a mesa
De leite, açúcar e pão.
E a festa foi sempre assim
Pelo restante do dia,
Onde a dupla aparecesse
a esperança renascia.
Unidos para a bondade
Recordavam cireneus,
Respeitados em silêncio
Por missionários de Deus.
Agora, digo a você
Quem era esse servidor
Que ofertava tanto auxílio
Nesse banquete de amor.
O amigo de Calimério
Que lhe atendia à vontade,
Tem este nome bendito:
"- Dinheiro da Caridade."
Cornélio Pires