A Tentação do Repouso
Num campo de lavoura, grande quantidade de vermes desejava
destruir um velho arado de madeira, muito trabalhador, que lhes perturbava os
planos e, em razão disso, certa ocasião se reuniram ao redor dele e começaram a
dizer:
- Por que não cuidas de ti? Estás doente e cansado...
- Afinal, todos nós precisamos de algum repouso...
- Liberta-te do jugo terrível do lavrador!
- Pobre máquina! A quantos martírios te submetes!...
O arado escutou... escutou... e acabou acreditando.
Ele, que era tão corajoso, que nem sentia o mais leve incômodo nas mais duras
obrigações, começou a queixar-se do frio da chuva, do calor do Sol, da aspereza
das pedras e da umidade do chão.
Tanto clamou e chorou, implorando descanso, que o antigo companheiro
concedeu-lhe alguns dias de folga, a um canto do milharal.
Quando os vermes o viram parado, aproximaram-se em massa, atacando-o sem
compaixão.
Em poucos dias, apodreceram-no, crivando-o de manchas, de feridas e de buracos.
O arado gemia e suspirava pelo socorro do lavrador, sonhando com o regresso às
tarefas alegres e iluminadas do campo ...
Mas, era tarde.
Quando o prestimoso amigo voltou para utilizá-lo, era simplesmente um traste
inútil.
A história do arado é um aviso para nós todos.
A tentação do repouso é das mais perigosas, porque, depois da ignorância, a
preguiça é a fonte escura de todos os males.
Jamais olvidemos que o trabalho é o dom divino que Deus nos confiou para a
defesa de nossa alegria e para a conservação de nossa própria saúde.
Meimei