Dinheiro e Vida
Você deseja saber
Meu caro Juca Monteiro
O que pensamos no Além
Sobre assuntos de dinheiro.
Encontrei muito interesse
Em sua clara consulta
Pois dinheiro, caro amigo,
Tem muita lição oculta.
Sabe você: muita gente
Com despeito e palavrão,
Quando se fala em fortuna,
Estende condenação.
Mas essa gente da inveja
É sempre estranha e infeliz,
Se vê dinheiro no bolso
Esquece logo o que diz.
Quando está na pindaíba
Clama de verbo seguro,
Se melhora de finança
É mão fechada e pão duro.
Sabemos que inveja é isto:
A costumeira manobra
De quem grita contra os outros
E quer moeda de sobra.
Dinheiro, porém, no fundo,
Expressando compromisso,
Pode ser considerado
Alavanca de serviço.
Todo o perigo no assunto
Vem da treva que domina
O coração da pessoa
Ambiciosa e sovina.
Dinheiro no esconderijo
Sem proveito e sem ação,
É o que provoca delírio,
Dureza e perturbação.
Recorde Tino Pulquério,
Era agarrado na cruz,
Ganhando a herança da esposa,
Não quer saber de Jesus.
Quinquim era um médium simples
Num centro em Natividade,
Acertou na loteria,
Negou a mediunidade.
Era bom pai, bom esposo,
Liliu da Cacimba Rasa,
Ganhando dinheiro em penca
O moço deixou a casa.
Noé comentava a Bíblia,
Que crença viva em Noé! ...
casando com moça rica,
o rapaz perdeu a fé.
Só falava em Jesus Cristo
Dona Lia Conceição,
Rica por morte de um tio,
Largou a religião.
Era bom médium de passes,
Antônio de Dona Alice,
Ao tornar-se fazendeiro,
Fala que passe é tolice.
Recorde Joaquim da Mata,
O filho de Nhá Coleta,
Por uma questão de herança,
Arrasou a própria neta.
Nunca reprove o dinheiro,
Dinheiro por si encerra,
Sempre que bem conduzido,
A força do Céu na Terra.
Desequilíbrio e maldade,
Sombras tristes tais quais são,
Só aparecem no ouro
Escravizando à ambição.
A finança que se mostra
No serviço e na bondade,
Faz-se apoio do progresso
E apoio da caridade.
A moeda que circula,
Seja entre crentes e ateus,
Naquilo que representa
É sempre bênção de Deus.
Cornélio Pires