Canteiro de Rimas

Quem ama não desanima.
Por mais dor na alma sincera,
O amor se faz esperança
Onde a razão desespera.

Avarento – homem sozinho
Que não ajuda a ninguém,
Reduzido a carcereiro
De toda a prata que tem.

Aviso da experiência
Que não se deve omitir:
Quem descobre a ingratidão
Não desejava servir.

Fortuna é uma deusa antiga
Que só defende e tutela
Quem sabe Tê-la, servindo,
Mas trabalhando sem ela.

Fraternidade real
É luz de Deus na pessoa;
Jamais condena, auxilia...
Não censura, aperfeiçoa

A vida é longa viagem
Que se faz, de prova em prova...
Em toda estrada que finda,
Começa uma estrada nova.

Quanta gente chora rindo,
Soluçando a gargalhar!...
Onda rendada na areia
Não mostra o fundo do mar.


Benedito Candelária Irmão