Afindidade e Herança

Indubitavelmente, em matéria de filhos, no Plano Físico, a lei das afinidades quase pode ser considerada por fator determinante da chamada hereditariedade psicológica.

Isto é simples e compreensível se raciocinarmos, quanto ao imperativo da preparação em quaisquer empreendimentos humanos que visem a determinados fins.

A produção em massa na agricultura exige providências específicas do lavrador.

O edifício, destinado a servir com segurança, reclama na formação e na estrutura a orientação da engenharia.

Preparo é um requisito importante nas escolhas do amor, quando o amor se alteia de nível e procura aperfeiçoar-se para a Vida Superior.

Compreendamos que a vida dos companheiros encarnados se conjuga com a vida dos companheiros desencarnados que lhes são afins.

A dipsomania, por exemplo, é um hábito que muito raramente se observa numa pessoa que se embriaga a sós.

Geralmente, a criatura se alcooliza em companhia de irmãos desencarnados que, embora desenfaixados da experiência física, ainda não encontraram energia para se desvencilharem dessa prática.

Quando isso ocorre, é justo considerar que por muito se esforcem os Instrutores Espirituais, encarregados de cooperar na execução de certo plano de reencarnações para determinado grupo familiar, nem sempre conseguem evitar a intromissão de um ou mais de um dos alcoólatras desencarnados, porquanto se ajustam eles de tal modo às forças genésicas de um dos parceiros do compromisso sexual que acabam na condição de filhos deles, revelando, mais tarde, as mesmas tendências compulsivas.

Isso, porém, não sucede à revelia da Justiça da Vida, na Espiritualidade Superior.

O filho ou os filhos dipsômanos mostrarão ao pai ou à genitora que cultivem o excesso de alcoólicos a inconveniência de semelhante costume.

Desse modo, o elemento considerado em clandestinidade deixará a posição de invasor para ser utilizado na condição de agente regenerativo.

O mesmo acontece com a cleptomania, com a promiscuidade sexual e outros hábitos que dificultam a elevação do espírito.

Sabemos que os semelhantes se atraem. Por outro lado, não desconhecemos que a reencarnação nos é concedida na face do Planeta por recurso de auto-educação, burilamento, evolução e melhoria em nós mesmos.

Fácil, assim, reconhecer que as alterações infelizes nos projetos de sublimação e progresso, a que nos cabe atender, correm claramente por nossa conta.


Augusto Cezar Netto