Monumento Vivo
Conta-se que, em seguida ao regresso do Cristo às Esferas Superiores, quantos, do Espaço, lhe assessoravam o apostolado imaginaram o melhor modo de perpetuar-lhe os ensinamentos na memória dos homens, conquanto prosseguisse o Mestre em ligação com eles pelas vias do espírito.
Lembrou-se a glória de Quéops e cogitou-se nomear alguém com a capacidade do notável soberano para reencarnar-se na terra e consagrar, de maneira permanente, à vitória do Senhor.
O poderoso faraó mobilizara legiões de obreiros para ajuntar aproximadamente dois milhões e quinhentos mil blocos de pedra, de duas e meia e quinze toneladas cada um, a fim de imortalizar-se através de pirâmide gigantesca, no planalto de Gizé...
Entretanto, seria razoável pensar num colosso, assim materializado, para honorificar o Mestre Inesquecível, se ele era a própria luz destinada a penetrar os corações?!...
E, se descesse ao Planeta um gênio dominador, semelhante àquele que se conhecera na pessoa de Alexandre da Macedônia, com o objetivo de presidir a expansão do Evangelho? Impunha-se, no entanto, recordar que o grande comandante renascera para governar amando e desviara-se do próprio roteiro, conquistando e destruindo...
Um templo? Não seria justo erguer-se-lhe um santuário, designando-se artífices resolutos, habilitados a tomar o envoltório físico e atender à majestosa edificação?
Mas... a casa de Deus, em Jerusalém, patenteava-se por verdadeira maravilha ma face do Globo e o nome de Deus não impedia os abusos que a transformavam num ninho de intrigas e ambições.
Um centro filosófico? Talvez fosse o empreendimento adequado... Uma escola ricamente sediada num dos pontos mais importantes do Orbe, onde se eternizasse os clarões da Boa Nova!...
A acrópole, em Atenas, todavia, levantava-se por resplandecente bandeira de cultura intelectual e as discussões preciosas surgiam ali, quase infindáveis...
Como instalar a obra do Excelso Benfeitor num sítio onde o cérebro cintilasse, cercado de multidões em penúria, aguardando debalde leve mostra de amor?!...
E se a Revelação estivesse confiada a certo grupo de almas denodadas na fé e heróicas no trabalho, que se revezassem no Plano Físico, reencarnando-se alternadamente, para se encarregarem de lhe guardar a pureza com a abnegação das vestais de outras eras?
As tribos de Israel, porém, conquanto fiéis e valorosas, haviam recebido a incumbência de zelar pelo Santo dos Santos e jaziam isoladas no orgulho, a ponto de ignorarem Jesus em sua condição de Emissário Celeste...
Os elevados colaboradores do Embaixador Sublime examinaram o assunto, por muitos e muitos anos e, depois de longas marchas e contramarchas, assentaram entre si que o monumento capaz de conservar as lições do Divino Mestre, ao dispor de todas as criaturas e ao alcance de todas as inteligências, era precisamente o LIVRO, o único instrumento apto a preservar os tesouros do espírito, acima dos séculos, na moradia dos homens!...
E é por isso que fundamentalmente ao livro, essa bênção, é que devemos na Terra, até hoje a presença imarcescível do Cristo, orientando o caminho das nações, em perenidade de amor e luz.
Irmão X