O Nascimento de Jesus
Rezam tradições do Mundo Espiritual que, anos antes da vinda de Jesus, Hilel, nascido em Babilônia, emigrou para a Palestina, a fim de aprimorar conhecimentos em torno da Tora.
Cercado de discípulos e famoso por haver criado um tipo de rabinismo notavelmente liberal, concomitantemente com as lições que ensinava referia-se, em reuniões íntimas, à próxima chegada do Senhor, para cumprimento das profecias. Em decorrência, aqui e ali, esfervilhavam comentários sobre os novos tempos.
As conversações particulares do patriarca, aliadas aos anseios do povo, suscitavam largos debates na vida palestinense, notadamente em Belém, para onde se voltavam todas as esperança, segundo o texto de Miqueia (1): “ e tu, Belém de Judá, não és assim tão pequena, porque de ti sairá o Guia de Israel, cujas origens se perdem nos dias da Eternidade.”
À vista disso, por muito tempo, antes do nascimento do Cristo, na bela cidade de David, as mais importantes famílias faziam orações e sacrifícios, a fim de receberem o Enviado.
Zabulon, o grande proprietário de terras, endereçava, de semana a semana, petitórias ao Céu, suplicando fosse o Mensageiro Sublime localizado entre os seus, a fim de oferecer-lhe lugar digno no carro da fortuna.
Gad, o negociante de sedas, implorava a Deus viesse o Orientador dos Séculos comungar-lhe o círculo da família, prometendo
engajá-lo, desde cedo, entre os parentes prestigiosos, em função no Templo de Jerusalém.
Rubens, o criador de camelos, exortava as bênçãos do Eterno, a fim de que se lhe desse a graça de acolher o Messias no próprio lar, imaginando programas de exaltação para ele, a partir da meninice.
Jonas, o joalheiro dos joalheiros, prometia tesouros ao Santo dos Santos, em retribuição pelo aparecimento do Salvador em sua própria casa.
Ezequias, o rico fornecedor de cavalos, enviava petições incessantes ao Senhor dos Exércitos, instando para que o Excelso Emissário lhe fosse entregue no berço, de maneira a
orientá-lo para a libertação política de sua gente.
Os mais estranhos requerimentos subiam à consideração do Todo Misericordioso.
Planeava-se o futuro do Messias, de vários modos.
Para uns, deveria ele formar entre os maiores orientadores rabínicos de seu tempo, para outros, era certo que tomaria as rédeas do poder, a fim de restituir a Israel a independência esperada, para outros e outros ainda, assumiria a autoridade da cultura e do ouro, fazendo-se invencível comandante de legiões.
Acumulavam-se os projetos pessoais dos poderosos do mundo para Aquele que chegaria na condição de Interventor Celeste...
Dizem que o Pai Supremo estudou longamente os desencontrados apelos que lhe eram endereçados e, conquanto permitiste, confiantemente, que José e Maria sofressem pesadas humilhações na chegada a Belém, determinou que Jesus Cristo nascesse ao pé dos animais, num leito de chão, desvinculado de todos os compromissos da Terra, para que a revelação da Eterna Verdade não ficasse escravizada a ninguém.
(1) Miquéias, 5:2
Irmão X