Allan Kardec - Ano 146
“Nascer, morrer, renascer e progredir sempre. Essa é a Lei”
146 anos de ensinamentos. E de lutas. No dia 18 de abril de l857, sem muito
barulho e holofotes, Allan Kardec fez o mundo tremer, pelas armas das palavras e
da boa intenção, com a publicação de O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Era o começo de uma
revolução e de uma evolução irreversível na história do Conhecimento e da Fé.
Outros grandes livros viriam. Algo tão extraordinário que, 146 anos depois, a
onda de sua força e ensinamentos, e de seu legado à humanidade, cresce e se
agiganta em todos os quadrantes da Terra, induzindo meditação, regeneração moral
e compromisso com a Verdade e a Vida, pelos caminhos do próprio esforço.
146 anos de esclarecimentos. E quantos esclarecimentos! De Fé estruturada na
Razão, de liberdade para conhecer o Deus amigo e o Deus amor. Culminando com o
dar um basta nos dogmas, alicantinas e subterfúgios, arraigados nos princípios
religiosos de então. Tudo de maneira simples, pés no chão, compatível com o que
Cristo deixou para o esclarecimento e discernimento de todos os homens. Quase
dois séculos de ampla iluminação para milhões de pessoas; excelso bálsamo para
muitos aflitos e doentes da alma; tudo isto reunido num livro que, tal como o
carvalho, não tomba fácil e nem se deixa manchar pelas machadadas dos
inconformados e privilegiados, ávidos de abafar a libertação da alma e, via de
consequência, do Homem. E, pasmem, quando este livro chegou ao conhecimento do
povo, não foram poucos os exemplares desta obra universal que foram queimados em
praça pública, na cidade de Barcelona, pela incompreensão e preconceitos do
poder religioso vigente e carente. Este mesmo poder que, à semelhança de Moisés,
humilde, buscando as Tábuas da Lei, deveria contemplar este livro ( e os outros)
como a Tábua Consoladora, enviada pela Superior Espiritualidade objetivando a
redenção espiritual e encaminhamento moral de toda a sociedade humana.
146 anos de consciência. Dante Allighieri vergastou os poderosos de sua época
com a Divina Comédia, buscando aniquilar o egoísmo, a avareza e a bárbarie,
reinantes em seu tempo e que tanto mal causaram aos povos e nações. Allan Kardec,
tantos anos depois e predestinado, também, para elevados propósitos, escreve e
publica O LIVRO DOS ESPÍRITOS, começando a grande obra de fundamentação da
doutrina espírita, que viria para ficar e esclarecer a grande questão dos homens
em saber quem são, de onde vieram e para onde vão.
146 anos de consolação. Camille Flammarion, junto ao túmulo de Kardec, foi muito
feliz e oportuno quando, em discurso para homenagem ao morto ( e sua obra),
disse: “Vede este sol de abril, que brilha nos céus e que nos inunda com os seus
raios vivificadores. Acordam as campinas, desabrocham os primeiros rebentos das
árvores, floresce a primavera, sorri o azul celeste e a ressureição opera-se por
toda a parte... Ninguém é feliz na Terra, onde muitas afeições são despedaçadas,
onde muitas almas tem sido envenenadas pelo ceticismo. Não é de grande valia ter
trazido ao espiritualismo tantos seres, que flutuavam num mar de dúvidas e eram
indiferentes à vida física e intelectual?”.
146 anos de cultura espírita, abrindo para a humanidade uma abordagem mais
racional e científica no trato com o Evangelho do Cristo, dentro dos preceitos
da Fé, Esperança e Caridade. A obra espírita não pode parar. Milhões e milhões
de livros, revistas e artigos estão espalhados pelo mundo, levando consolação e
entendimento para os sofredores e sedentos da companhia do Divino Mestre.
Indispensável e salutar lenitivo para todos. Muito obrigado, espírito imortal e
benfeitor de Allan Kardec. Seus livros libertaram e trouxeram abundante Luz!
Renzo Sanzoni