Desvinculações
Empresa difícil no mundo íntimo – a desvinculação.
Se te encontras à beira de empreendimento assim arriscado e se já consegues imaginar-te no lugar daqueles que te rodeiam, medita nas repercussões de que serias objeto ao recolher semelhante surpresa da parte dos outros.
Certas separações apresentam na vida mental a gravidade de cirurgias determinadas nos tecidos orgânicos.
Um toque inadequado de bisturi seria suscetível de criar prejuízos e problemas nas estruturas do corpo.
Uma providência inoportuna é capaz de estabelecer lesões de grande extensão no campo da alma.
Decerto, na contabilidade da existência, surgem devedores que desfrutam a possibilidade de retardar o resgate total dos débitos contraídos. Em vista disso, nada pode barrar-te as determinações mais intimas, com exceção das Leis de Deus.
Entretanto, se a desvinculação comparece no esquema das lutas morais em que te vês, compadece-te daqueles que te amam, talvez ainda sem compreender-te.
Não te desvincule deles, de improviso, qual se estivesses operando enfermos vários com pancadaria no coração.
Ninguém deveria separar-se de alguém, sem propiciar a esse alguém o equilíbrio preciso, a fim de sustentar-se de pé.
Reflete nos pais e filhos, irmãos e companheiros que a desvinculação violenta já relegou aos vales do sofrimento e da morte e não assinales o teu caminho com as lágrimas alheias.
Prepara o sentimento das criaturas que te compartilham as experiências do dia-a-dia, antes de entregar-te às renovações que desejas.
Compreensão e auxílio são vias importantes no templo da caridade.
Deus nos ajude a pensar nisso.
Meimei