Em Família
Há casais em rixas graves,
Entretanto, a maioria
Resolve qualquer problema
Na paz de grande alegria.
Num casal desajustado
O namoro era um jardim
De festa, flores e abraços
Sob a ternura sem fim.
Decorridos longos meses
Eis a rotina em ação,
Enfararam-se um do outro
Ao primeiro palavrão.
Fosses em diálogos simples
Ou em noticias que agite.
A conversa disparava
Para aplausos ao desquite.
Despenderam tantas horas
No insulto amargo e infeliz,
Que por fim deliberaram
Levar o caso a um juiz.
O juiz ouviu-lhes, calmo,
Com bondade e compreensão
E pediu aos dois amigos
Não busca separação.
Ouvindo tantos conselhos
Repletos de sensatez,
A esposa reconfortada
Entrou para a gravidez.
Em seguida aos noves meses,
Do casal nasceu Julinho,
Um meninão bochechudo
Uma glória de carinho.
Não se falou mais ali
De desquite e irritação,
Era só – Julinho, meu filho!
Venha cá, meu coração!...
A jovem mãe encontrara
O amparo que sempre quis,
O pai agora mudado
Sentia-se forte e feliz.
E entendi que em todo lar,
Seja de crentes ou ateus,
Toda criança que nasce
É uma esperança de Deus.
Cornélio Pires