Jovens Difíceis
Terás talvez contigo jovens difíceis para instalar
convenientemente na vida.
Inquestionavelmente é preciso apoiá-los quanto se nos faça possível.
Capacitemo-nos,porém, de que ampará-los não será traçar-lhes a obrigação de
copiar-nos os tipos de felicidade ou vivência.
Claro que não nos compete o direito de abandoná-los a si próprios quando ainda
inexperientes.
Entretanto, isso não significa devamos destruir-lhes a vocação, furtando-lhes a
autenticidade em que se lhes caracteriza a existência.
Sonharemos para nossos filhos, no Mundo, invejável destaque nas profissões
liberais com primorosas titulações acadêmicas, mas é provável hajam renascido
conosco para os serviços da gleba, aspirando a adquirir duros calos nas mãos a
fim de se realizarem na elevação que demandam.
De outras vezes ideamos para eles a formação do lar em que nos premiem o anseio
de possuir respeitáveis descendentes.
No entanto, é possível estejam conosco para longas experiências em condições de
celibato, carregando problemas e provas que lhes dizem respeito ao burilamento
espiritual.
Às vezes gritamos revoltados contra eles, exigindo nos adotem o modo de ser.
Freqüentemente, porém, se isso acontece, acabamos por perdê-los em mãos que lhes
deslustram os sentimentos ou lhes estragam a vida, quando não os empurramos,
inconscientemente, para furna de tóxicos ou para despenhadeiros do desequilíbrio
mental com que se matriculam nos manicômios.
Compadece-te dos filhos que pareçam diferentes de ti.
Aceita-os como são e auxilia a cada um deles na integração com o trabalho em que
se façam dignos da vida que vieram viver.
Ampara-os sem imposição e sem violência.
Antes de te surgirem à frente por filhos de teu amor, são filhos de Deus, cujo
Amor Infinito vela em nós e por nós.
Ainda mesmo quando evidenciem características inquietantes, abençoa-os e
orienta-os, quanto possível, a fim de que se mantenham por esteios vivos de
rendimento do bem no Bem Comum.
E mesmo quando não te possam compartilhar do teto e se te afastem da companhia,
a pretexto de independência, abençoa-os mesmo assim, compreendendo que todos
nós, desde que nos vinculemos à ordem e ao trabalho no dever que nos compete,
sem prejudicar a ninguém, desfrutamos por Lei Divina o privilégio de descobrir
qual é para nós o melhor caminho de agir e servir, viver e sobreviver.
Emmanuel