Oração aos Libertos

Alma embriagada do imortal falerno,
Segue cantando, no horizonte claro,
O teu destino esplendoroso e raro,
Cheio das luzes do porvir eterno.

Mas não te esqueças desse mundo avaro,
O escuro abismo, o tormentoso Averno,
Sem as doces carícias do galerno
Das esperanças – sacrossanto amparo.

Volve os teus olhos ternos, compassivos,
Para os pobres Espíritos cativos
Às grilhetas do corpo miserando!

Abre os sacrários da Felicidade,
Mas lembra-te do orbe da impiedade,
Onde venceste a carne soluçando.


Cruz e Souza