Ante o Porvir

Homem, viajor da Luz, do cimo a que te elevas,
Contempla à retaguarda o passado profundo,
Os primórdios da vida e a gênese do Mundo,
Ao hálito dos Céus nas formações longevas.

Fita o flâmeo vulcão de que te sobrelevas,
O mar, a selva, a aldeia e o trabalho fecundo
Da Civilização, de segundo a segundo,
Que arrancaste com Deus às entranhas das trevas!...

Depois, segue fugindo à guerra que te enliça
Às tragédias do ódio e às garras da injustiça,
Sublimando a razão, na faina de esquecê-las!...

E conquistando a paz, ao brilho do futuro,
Descobrirás, um dia, o Reino do Amor Puro,
Da escuridão do charco ao fulgor das estrelas!...


Cyro Costa