Em Êxtase

Aos teus pés, meu Jesus, a vida inteira,
Abrasada de amor eu viveria,
Sorvendo a luz no cálix da harmonia,
Em paz serena, eterna e derradeira!...

Por teu amor, Jesus, inda quisera
Volver ao pó da carne dos mortais,
Para cantar a terna primavera
Do teu amor nas lutas terrenais,

Depois da treva espessa da amargura:
Para exaltar as luzes que me deste
Na cariciosa e doce paz celeste,
Meu tesouro de fúlgida ventura;

Para contar tua bondade imensa
Aos meus irmãos, os homens pecadores,
Mergulhados na noite da descrença,
Nos abismos dos males e das dores.


Auta de Souza