O Exemplo da Árvore
Dizem que quando a primeira árvore apareceu na Terra, trazia do Pai Celestial a recomendação de alimentar o homem e auxiliá-lo, em nome do Céu, por todos os meios que lhe fosse possível.
Resolvida a cumprir a ordenação do Senhor, certo dia foi visitada por um ladrão, perseguido pela Justiça.
Ele sentia fome e, por isso, furtou-lhe vários frutos.
Em seguida, decepou-lhe muitos galhos, deles fazendo macia cama para descansar e refazer-se.
A árvore não se agastou com o assalto. Parecia satisfeita em ajudá-lo e até se
mostrava interessada em adormecê-lo, agitando harmoniosamente as folhas,
tangidas pelo vento.
Erguendo-se, fortalecido, o pobre homem ouviu o ruído dos acusadores que o
buscavam e, angustiado, sem saber que rumo tomar na várzea deserta, notou que o
nobre vegetal, em silêncio, como que o convidava a asilar-se em seus ramos.
Imediatamente, à maneira de um menino, o infeliz escalou o tronco e escondeu-se
na copa farta.
Os guardas vieram e, desistindo de encontrá-lo em razão da busca infrutífera,
retiraram-se para lugarejo distante.
Foi então que o desventurado desceu para o solo, impressionado e comovido,
reparando que se achava à frente de humilde mensageira do Céu.
Roubara-lhe os frutos e mutilara-lhe as frondes ; entretanto, oferecera-lhe,
ainda, seguro abrigo.
O homem infeliz começou a meditar no exemplo da árvore venerável, incumbida por
Deus de cooperar na distribuição do alimento de cada dia na Terra, e, nela
reconhecendo verdadeira emissária do Céu, que lhe saciara a fome e lhe
dispensara maternal proteção, abandonou o mal em que se havia mergulhado e
passou a ser outro homem.
Meimei