Pensando, Fazendo e Sentindo o Mal

O mal existente à nossa volta é resultante de nossa própria sintonia com os valores contrários ao bem. Na verdade, tudo na vida conspira a nosso favor!
Não se assuste o leitor. Não estou “tapando o sol com a peneira”, a conhecida frase popular. Os leitores podem pensar que estou cego, não enxergando a torrente de desafios, maldades, falcatruas, desonestidades, corrupção e inverdades que nos circundam a cada instante. Não, não estou cego. A maldade, a inveja, o ciúme, a corrupção e seus derivados, existem. Infelizmente, ainda convivem conosco.

Mas são eles frutos do orgulho, da vaidade, do egoísmo que ainda carregamos conosco. Afinal, a infelicidade só existe porque a permitimos. E permitimos quando adotamos condutas de revolta, de maledicência, de desonestidades. O quadro atual do planeta apenas reflete, coletivamente, o que vai dentro do coração... Que pena!

Por isso, não vale a pena perder tempo fazendo o mal, pensando no mal, sentido o mal. Alguns dias com mágoa no coração, por exemplo, podem significar anos futuros de sofrimento e enfermidade. Melhor não perder a oportunidade de pedir desculpas ou aceitar esquecer o mal que supostamente entendemos nos foi dirigido, mesmo que tenha sido proposital.

O erro é sempre marca profunda no coração daquele que o comete, apontando-lhe a deficiência de compreensão e a necessidade de cada um. É preciso pensar que ninguém precisa ser mau para que o que fez o mal seja punido. A Lei do Universo nos isenta dessa degeneração moral a fim de punir os que falham, valendo-se da própria maldade que eles mesmos demonstram ter, por ignorar tais leis em si próprios. Isso porque o mal que fazemos redunda em nosso próprio mal.

A vida deve ser um hino à bondade, pois só assim seremos capazes de estarmos envolvidos pelo cântico doce e inspirador do Bem que nos protegerá sempre. Nada do que fizermos, de bem ou de mal, ficará desconhecido no plano da Verdade que, ingenuamente, tentamos enganar. E, mais do que os fatos em si mesmos, tais feitos retornarão com as marcas indeléveis das intenções mais profundas que estavam dentro de cada um que agiu, quando e como agiu.

É pela intenção, mais do que pelo fato, que as leis da vida geram conseqüências, amparando ou deixando o indivíduo entregue aos seus próprios desatinos para que aprenda a respeitar a própria vida e seus semelhantes. É no sentimento que está a porta para a verdade e para a compreensão exata da vida. É no coração que se encontra a nossa sentença de condenação ou absolvição.

Melhor, pois, renunciar de causar prejuízos ao próximo. Seja pela ação, pelo pensamento, pela intenção. Cada um deles terá conseqüências próprias. Melhor, pois, renunciar de mágoas e ressentimentos, para perdoar, compreender, tolerar. Sem perder de vista a extensão da expressão prejuízos ao próximo. Quanta coisa cabe aí?!

Bom será percebermos a extensão do bem, o benefício do bem que podemos espalhar e fazer. Aí sim perceberemos que nós mesmos podemos construir a felicidade que desejamos. Afinal toda colheita é fruto de semeaduras...


Nota do autor: baseado na página 173, capítulo 19, 1ª edição, do livro A Força da Bondade, editora IDE, de André Luiz Ruiz e Lúcius


Orson Carrara