É Novamente Natal

Aproxima-se o momento em que a humanidade celebra com alegria a magia da passagem do Natal, é o instante sublime de encantamento para quem já compreende a importância do nascimento do Maior de todos os seres que por este orbe passou, e que fez de sua marcante passagem, um verdadeiro encantamento que emociona até hoje, os corações dos que amam a vida que aprenderam a valorizar com ele.
É preciso ter muito zelo, responsabilidade e respeito para com um personagem incomun, que não teve e não tem termo de comparação, e que exerceu tão significativa influência na vida da humanidade, que desde que o conheceu, nunca mais foi a mesma.
Para quem ainda não compreendeu a importância de sua vinda com a grandiosa missão de nos impulsionar para a reforma que todos teremos de realizar, e que por enquanto busca simplesmente cumprir agenda, ou seguir a tradição social é tão somente época de correria, onde a procura de um presente vira tarefa obrigatória nas grandes lojas de departamento.
Muitos se decepcionam, por que não podem atender às expectativas da realização de uma festa como idealizara durante todo o ano, quando imaginavam um Natal com muita comida de diversas qualidades, como peru, pernil, bacalhau, frutas, bebidas, salgados, etc...etc..., e um montão de presentes para dar e receber, ou seja um Natal de fantasias.
Na hora aprazada, a troca de presentes, que o bom velhinho teria trazido e depositado num grande baú, recheado por enorme quantidade de brinquedos para as crianças, e valiosas jóias para os adultos, onde cada um avaliará o conteúdo do que recebeu, e entre farras e conversas fiadas, o Natal passará, sem que ninguém se lembre de fazer qualquer menção ao aniversariante da noite, como já é comum desde anos bem distantes.
É, infelizmente dessa maneira, que a maioria da humanidade ainda comemora o Natal, sem prestar a devida atenção para os ensinamentos do Mestre que deveria ser o grande homenageado da noite, para quem todos deveriam trazer e oferecer seus presentes em forma de benefício a si mesmo e a seu próximo como ele nos ensinou; e cada qual poderia então dar o que melhor fosse capaz de produzir para fazer um coração se alegrar com coisas tão simples, como por exemplo: no sorrir para alguém, no abraço de agradecimento em sua mãe e em seu pai, e lhes dizer o quanto são importantes em suas vidas, na iniciativa e no esforço para perdoar aqueles que os tenham aborrecido de alguma forma, no amor e atenção que devemos dedicar aos nossos familiares, sejam eles do jeito que forem, procurando respeitá-los e valorizá-los cada dia mais, na atenção e consideração aos nossos amigos, para que eles percebam o quanto suas amizades nos são importantes, no renovar de nossos velhos conceitos e na busca de nossa reforma íntima, no aumentar a nossa fé, confiando nossa vida aos cuidados de Deus nosso Pai, e tantos outros pequeninos procedimentos, que por certo melhor agradariam ao aniversariante esquecido.

Essa falta de compreensão do verdadeiro significado do Natal, causa sérios incômodos a alguns espíritas que ainda não assimilaram em seu falar e agir os verdadeiros exemplos do cristo, e que por isso mesmo, assumem posições e atitudes contrárias as lições esclarecedoras e doutrinárias do Espiritismo, que nos ensina a dar prioridade na procura pelos bens do espírito imortal.

Misturam religião na sua essência que é o caminho que nos leva a Deus, com festividades sociais que na maioria das vezes representam o atrativo que nos impulsionam a trilhar os caminhos que nos levarão ao desenvolvimento do nosso egoísmo, pois no calor das comemorações não nos lembramos dos que não têm nada com que matar a fome de seus pequeninos que choram em suas choupanas ou até mesmo nas ruas pela falta do essencial para se manterem e andam de braços com a miséria moral, ao lado de tanta fartura; que por certo não será totalmente consumida e servirá de acumulo nas lixeiras no dia seguinte.

Quando compreendermos, porém, que o Espiritismo não é somente um sistema doutrinário para assimilação intelectual, mas que é sobretudo, um código de procedimento moral da vida, norma para o bom procedimento, e principalmente, seiva renovadora da humanidade na terra, então entenderemos que não é possível separar-se seus aspectos; científicos, filosóficos e religiosos, pois em sua estada entre nós não cansou Jesus, a personificação da doçura e da bondade, de apregoar o amor a Deus, e ao próximo, e o espiritismo nos reafirma esse ensinamento do Mestre de Nazaré, quando nos esclarece que “fora da caridade não há salvação”.

Preciso se faz, que meditemos nas nossas atitudes para este novo Natal que se aproxima, e esforcemo-nos por realizar nossas festividades com alegria, paz, amor e harmonia, evitando exageros, buscando presentear o digno aniversariante do dia, com atitudes condizentes com tudo o que ele exemplificou para nós, e que até hoje espera ver brotar em cada um dos nossos corações.

Muita Paz.


Francisco Rebouças