Campeões de Vigilância
A porta do Espiritismo-cristão levará a criatura a um dos múltiplos setores nos quais a Doutrina se materializa a benefício do próprio homem, sendo que a voz da afetividade, falando alto na alma, determinará a sua inclinação
Há os que adentram pelas reuniões mediúnicas e se afinizam com esses trabalhos evangélicos, entrelaçando-os com a espiritualidade no campo de socorro e orientação aos desencarnados menos felizes. E recolhem a doutrinação para si mesmos, pelos exemplos vitalizados que o Mundo Maior lhes favorece.
Há os que se aproximam dos passes curativos, transfundindo-se em energias
magnéticas, em favor dos que se encontram em desequilíbrio físico ou psíquico,
movimentando recursos salutares dos Planos Celestes no atendimento aos que
sofrem e choram. E recebem para si mesmos a assistência primeira de que se fazem
medianeiros.
Há os que se entregam à caridade material aos desfavorecidos pela fortuna,
multiplicando-se em gêneros alimentícios e agasalhos, em remédios e abrigos, a
estômagos vazios e a corpos enregelados, a organismos minados e a famílias sem
teto. E carreiam para si mesmos os favores dos Céus.
Há os que se utilizam do verbo para a sementeira da luz consoladora, do pão do
Espírito, do manancial inesgotável da alma, desdobrando-se qual maná divino para
os famintos de esclarecimentos, para os aflitos e desconsolados, para os
amargurados e os cansados do Mundo. E retêm em seu Intimo os benefícios da
claridade de que se tomaram condutores e filamento.
Há os que se dão ao estudo fraterno, à conversação nobre, à difusão textual dos
princípios doutrinários, à edificação de templos e instituições, à organização
de campanhas, à vitória da benemerência...
Cumpre reconhecer, porém, que embora entregues a setores aparentemente tão
diversificados entre si, todos se encontram no desempenho de nobilitantes
tarefas que fazem parte desse grande todo que é o Espiritismo-cristão.
São os “chamados” para o Cristianismo-redivivo.
Contudo, devem ser campeões de vigilância, para não chegarem ao ponto
desequilibrante de supervalorizar o seu setor, porque daí em diante passarão a
combater e condenar os demais tarefeiros, buscando restringir a Doutrina apenas
às suas áreas preferenciais.
Todas as funções são dignas e necessárias, ajustadas ao degrau evolutivo e às
tendências em sublimação de cada seareiro, cabendo, pois, guardar respeito e
carinho, acatamento e cooperação com os que estejam entregues às outras faces do
mesmo labor, dentro da Doutrina dos Espíritos.
“Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos.” (João, 17:22.)
Roque Jacintho