O Acidente Evitado

Voltávamos de viagem de férias com a família. Numa pequena estrada sem pavimentação, no interior do Estado de São Paulo, ao subirmos seu trecho final, sentimos ligeira sensação de solavanco no automóvel. Pensamos que poderia ser impureza no combustível e seguimos em frente. Rodamos pouco mais de um quilômetro e, ao entrarmos em rodovia asfaltada que dava acesso a pequena cidade, avistamos, no acostamento, inúmeras pedras arredondadas. Lembramos que, dias antes, as crianças haviam dito que gostariam de levar algumas daquelas pedras para o aquário de nossa residência.

Estacionamos o veículo, descemos e nos dirigimos para o outro lado, a fim de apanharmos as pedras. Ao nos abaixarmos defronte à roda traseira, sentimos cheiro de queimado e também forte calor que exalava daquela roda.

Em vista da inusitada ocorrência, resolvemos interromper a viagem e entrar na cidade por onde passávamos. Na oficina mecânica constatou-se que a roda estava travando, com defeito em pequena peça chamada burrinho.

Caso seguíssemos a viagem, sem pararmos para coletarmos as pedras, estaríamos sujeitos a acidente ocasionado pelo travamento da roda.

No mesmo momento, rendemos graças a Deus, pelo acidente evitado. Seria mera coincidência pararmos o veículo para apanharmos as pedras, detectando o risco iminente?

Cremos que não. Em "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, há interessantes esclarecimentos sobre as influências dos Espíritos em torno dos acontecimentos da vida. Assim, nas questões 526 a 528, os Espíritos fornecem exemplos a Kardec de que os Espíritos não derrogam Leis, mas sugerem pelo pensamento para que a pessoa caminhe em direção, ou fuja de um acidente: "Se um indivíduo não deve ser atingido, o Espírito benevolente lhe inspirará o pensamento de se desviar..."

Desta maneira, ao invés dos Espíritos atuarem, sobre a deficiência material, sobre um veículo, é mais fácil e mais lógico que eles atuem sobre a mente de alguém.


Fonte: "Presença Espírita"


Antonio Cesar Perri de Carvalho