Aos Descrentes
Vós, que seguis a turba desvairada,
As hostes dos descrentes e dos loucos,
Que de olhos cegos e de ouvidos moucos
Estão longe da senda iluminada,
Retrocedei dos vossos mundos ocos,
Começai outra vida em nova estrada,
Sem a idéia falaz do grande Nada,
Que entorpece, envenena e mata aos poucos.
Ó ateus como eu fui – na sombra imensa
Erguei de novo o eterno altar da crença,
Da fé viva, sem cárcere mesquinho!
Banhai-vos na divina claridade
Que promana das luzes da Verdade,
Sol eterno na glória do caminho!
Olavo Bilac