Ecologia

A existência de relações dos seres vivos de diferentes espécies, entre si e com o ambiente em que vivem, foi percebida já na antigüidade. O termo ecologia, contudo, surgiu no século passado para designar o estudo sistemático dessa convivência, acerca da qual alguns pontos fundamentais foram identificados. O primeiro e mais significativo é que organismo algum – planta, animal ou homem – consegue viver isoladamente; a regra é a interdependência. Outro é o equilíbrio que preside a todas as manifestações vitais e que é capaz, inclusive, de compensar eventuais desajustes ocorridos na imensa teia de relacionamentos que se estabelece entre elas. Impressionante, igualmente, o estudo dos fluxos de energia – que provém do sol – e de matéria – proveniente da Terra – através dos seres que se nutrem uns dos outros formando cadeias alimentares, patenteando-se, em tudo, a ação de uma inteligência e um poder superiores.

O desenvolvimento tecnológico ampliou progressivamente as possibilidades de ação do homem, habilitando-o a interferir profundamente no meio em que vive, que passou a sofrer sérios prejuízos, pois essa intervenção ocorreu quase sempre sem qualquer cuidado quanto ao esgotamento de recursos ou à degradação dos ambientes naturais. E as conseqüências, lamentáveis, desse posicionamento são hoje amplamente conhecidas: matas devastadas, alterações no clima, poluição das águas e do ar, desaparecimento de espécies...

Ao estudar questões ligadas à conservação e à destruição, bem como à reprodução em nossa obra básica, os orientadores espirituais destacaram a necessidade de discernimento na ação do homem sobre a natureza, como se observa, por exemplo, nesta passagem: “Deus concedeu ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder de que ele deve usar, sem abusar... A ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para restabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso que o distingue dos animais, porque ele age com conhecimento de causa. Mas, os mesmos animais também concorrem para a existência desse equilíbrio, porquanto o instinto de destruição que lhes foi dado faz com que, provendo à própria conservação, detenham o desenvolvimento excessivo, e talvez perigoso, das espécies vegetais e animais de que se alimentam.”

Os danos ambientais são também resultado do egoísmo que leva o homem a agir exclusivamente em função do interesse imediato, sem medir conseqüências.

Nossa Doutrina antecipou, assim, em quase um século, a visão e as advertências dos modernos ecologistas.


“O Livro dos Espíritos” (693-a)


Texto do editorial “S.Xavier” do boletim SEI - Serviço Espírita de Informações - SEI 1704, de 25/11/2000.


S.Xavier