A Religião de Jesus

Cultivando o pensamento libertador com que a Nova Revelação te insufla à vida, reflete na religião de Jesus.

Em todas as circunstâncias, reconheçamo-nos defrontados pelo Mestre, no exercício da fraternidade dinâmica.

Indubitavelmente, asseverou Ele não ter vindo para destruir a lei e sim para dar-lhe cumprimento.

E executou-a, substancializando-lhe os enunciados na ação construtiva com que lhe ampliou todos os preceitos em luzes de ensino e afirmação de trabalho.

Não levantou quaisquer santuários de pedra; não fomento discussões teológicas; não instituiu pagamento por serviços religiosos; não criou amuletos ou talismãs; não consagrou paramentos e nem traçou rituais.

Ao revés, ajustou-se à comunidade, em penhor de soerguimentos e sustentação do homem integral amparando-lhe corpo e alma.

Explicou a verdade, tanto aos rabinos quanto aos pescadores de vida singela.

Pregou a divina mensagem no tope dos montes, alimentando estômagos famintos e clareando cérebros sequiosos de luz.

Socorreu mulheres infelizes e crianças abandonadas; leu nas sinagogas; curou cegos; restaurou doentes, ergueu paralíticos; recuperou obsidiados, doutrinando espíritos perturbados e sofredores; encorajou os tristes e banqueteou-se com pessoas apontadas ao escárnio social.

Sem qualquer laivo de culto à personalidade, viveu no sei da multidão.

Encontrando, pois, no Espiritismo a Boa Nova renascente, convençamo-nos de que as nossas casas doutrinárias devem ser lares de assistência gratuita ao povo que, em todos os tempos, é a verdadeira família de Cristo.

Meditando nestas observações incontestes, evitemos converter os templos espíritas em museus do Evangelho ou dourados mausoléus do Senhor, reconhecendo que é preciso constituir neles escolas de fé raciocinada, a se povoarem de almas ardentes no serviço desinteressado em favor do próximo, a fim de que possamos sustar as explosões do desespero subversivo e as epidemias de descrença que, ainda hoje, lavram na Terra com a senha do incêndio destruidor.


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